ENTRE A ESTACA E A CARRANCA

ENTRE A ESTACA E A CARRANCA

Enquanto ozônio permite meu sonho avança.

Panela chia pressão mesmo sobre fogo brando.

Arrebol perdendo sangue já pelo dia acabando.

Tempo corre mais, tal qual passa, só lembrança.

Esperança, última que morre, fica na expectativa.

Não há inteligência suficiente para ter reversão.

Neurônio de mente maligna, labuta é mais ativa.

Bom, conformado, aceita calado, deforma ação.

Basta olhar quem está vencendo de carroçada.

São onze deles contra estádio cheio, todo, inteiro.

Assistindo, ao passeio a pé, calada arquibancada.

Proporção, medida, divisória do vil metal, dinheiro.

Um por cento detém metade da riqueza restante.

Sobra migalha relegada para dividir nosso mundo.

Sombreado pelo medo, acovardamento profundo.

Assolado, entre a estaca e a carranca, o gigante.

Deitado eternamente sob lábaro que ostenta, céu.

Das terras, a mais garrida, clava forte, foge à luta.

Teme a própria morte, impávido colosso no papel.

Creio, renovação dos valores que estão em disputa.