Lamentação do Caboclo

Ô rê, rê, rê,rê, rê,rê,rê

Ô rê, rê, rê,rê, rê,rê,rê

Ê, á

O Mandacaru

Já manifestou o amor

Dos olhos do caboclo

Uma lágrima rolou

É o amor pela terra

Que lhe dá sustentação

Almas, sonhos e destinos

Lamento pelo sertão

A seca beija vidas

Semente torrou no chão

A esperança é miúda

A fome não espera não

Carcará migrou pra longe

Não suportou o verão

Não vou esperar o inverno

Eu não tenho estação

Minha alma vibra forte

Feito o vento sem direção

O céu ostenta o sol

Meus joelhos pelo chão

A tarde vai se embora

No mais triste arrebol

Vida gira, gira vida

Como aquele Girassol

No calor da noite

A lua vem com seu clarão

O silêncio é martírio

Também sofre o ribeirão

Juriti não canta mais

Triste ficou meu coração

Este rio é a minha prece

DEUS, beija o meu sertão

Velho Chico rega vidas

E serpenteia até ao mar

Não é história esquecida

Tem quem veio pra contar

No romance e na paixão

Pelas veredas um doutor

Guimarães cheiro da Rosa

Escreveu o meu sertão

De um matuto aboiador

O Vaqueiro Manuelzão

Ô rê, rê, rê,rê, rê,rê,rê

Ô rê, rê, rê,rê, rê,rê,rê

Ô,ô,ô,ô Opará

Esse é meu aboiar

Ê,ê,ê,ê...

Fauhl da Viola
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 23/04/2017
Reeditado em 20/02/2024
Código do texto: T5979279
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