Lamentação do Caboclo
Ô rê, rê, rê,rê, rê,rê,rê
Ô rê, rê, rê,rê, rê,rê,rê
Ê, á
O Mandacaru
Já manifestou o amor
Dos olhos do caboclo
Uma lágrima rolou
É o amor pela terra
Que lhe dá sustentação
Almas, sonhos e destinos
Lamento pelo sertão
A seca beija vidas
Semente torrou no chão
A esperança é miúda
A fome não espera não
Carcará migrou pra longe
Não suportou o verão
Não vou esperar o inverno
Eu não tenho estação
Minha alma vibra forte
Feito o vento sem direção
O céu ostenta o sol
Meus joelhos pelo chão
A tarde vai se embora
No mais triste arrebol
Vida gira, gira vida
Como aquele Girassol
No calor da noite
A lua vem com seu clarão
O silêncio é martírio
Também sofre o ribeirão
Juriti não canta mais
Triste ficou meu coração
Este rio é a minha prece
DEUS, beija o meu sertão
Velho Chico rega vidas
E serpenteia até ao mar
Não é história esquecida
Tem quem veio pra contar
No romance e na paixão
Pelas veredas um doutor
Guimarães cheiro da Rosa
Escreveu o meu sertão
De um matuto aboiador
O Vaqueiro Manuelzão
Ô rê, rê, rê,rê, rê,rê,rê
Ô rê, rê, rê,rê, rê,rê,rê
Ô,ô,ô,ô Opará
Esse é meu aboiar
Ê,ê,ê,ê...