Viola Abençoada

Risco o dedo na viola

Ela é de pinho apurado

Quem não pode com a dança

Não arrisca o recortado

O vaqueiro no estradão

Sabe consolar o gado

O vento faz a canção

Pro matuto enraizado

Ê! Ê! Viola danada

Que corta o meu chão

Com seu belo ponteado

Vai abrindo as porteiras

Desse meu sertão sagrado

Quem não pode com a peleja

Não aceita o desafio

Não embrulha com os versos

Nem fala com tirania

Quero ouvir a sua rima

Como o padre vê o pecado

Se você não sabe a reza

Não fique ajoelhado

Ê!Ê! Viola danada

Que corta o meu chão

Com seu belo ponteado

Vai abrindo as porteiras

Desse meu sertão sagrado

Minha viola é dos santos

Ela é dos Santos Reis

Benzida por São Gonçalo

Numa noite do dia seis

O mês era janeiro

E os lares abençoados

O três Reis e o violeiro

E o lundu sapateado

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 23/04/2017
Reeditado em 23/04/2017
Código do texto: T5979275
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