O FANTASMA

Caminhei em linhas tortas
Não tirei o pé da linha
Fui dançar conforme a
Dança
Sem saber o que sentia
O meu peito dilacerado
São as marcas dessa vida
Vou sair no meu galope
Vou fechar minha ferida
Onde se esconde labaredas
De concretos
De cimento até o teto foi
Chamado de Senhor
Embalsamado com ervas e
Pitangueiras
Que até hoje não se cheira
Pelo seu triste fedor
A companhia já corria
A história que é só pra ganhar
Vitória
De um nobre lutador
A vizinhança comentava
O boato que o fantasma
Do mulato apareceu pro
Professor
Vestido em branco com
Botina de soldado
De bandoleira do lado
Disse que veio pra ficar
No seu pescoço um medalhão
Reluzente
Com conchinhas na cabeça
Que pegou na beira-mar
Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 12/04/2017
Reeditado em 22/08/2019
Código do texto: T5969086
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