RASTRO MARROM

RASTRO MARROM

Águas de março fechando verão, comércio, indústria.

Desaba exata, concentrada, como efeito calamidade.

Constante trato mal feito passado sempre na cidade.

Plano segue atrasado, nem novo milênio conta, recria.

Arrasta corrente, árvores seculares e as secundárias.

Prejuízo incalculável, repetidas as quedas fiduciárias.

Pessoal, camionete, livro, lixeira, fotografia, ineficaz.

São as mesmas lamas, previsíveis, frequente demais.

Corda, caçamba, cacimba, valente, rebelde, incolor.

Rastro marrom marca tragédia mais que anunciada.

Gado espreme curral, barro, coice, uma grande dor.

Lágrima completa enchente, quase desesperançada.

Cofre, gestor, subordinado, acordo, firma, comum.

Troco pro guarda, jeitinho, basta, já deu, encerrou.

Consciência, respeito, dever, guerra de jeito algum.

Devemos aos nossos netos e o fim ainda não chegou.

Ypsilones desculpas, começou errado e se continuou.

Depende agora de vocês, para sua prole poder ver.

Repensar, reformar, inventar, cumprir, tratar, fazer.

Conte comigo, sonho nunca, mesmo, jamais, acordou.