Metal Land – O voo da liberdade é um momento solitário
 
Finalmente o Sacer Liber! O livro sagrado do Dominus. Ricamente enfeitado por letras reluzentes como ouro e com páginas amareladas pelo tempo. Uma obra que todo cidadão do Latium deve ler e ter.

Já para Magnus, o Sacer Liber só significa uma coisa: O seu passaporte de fuga para a Terra do Metal.

— Vamos Hans! Ache logo o trecho para que o Padre possa liberar a minha saída!
— Desculpa Magnus… eu creio que isso demorará um pouco…
— Como assim “demorará um pouco”!?
— Bem… infelizmente não é tão simples assim… primeiro precisarei fazer uma leitura atenta do Sacer Liber, e como você pode ver, é bem grosso o livro… São mais de 750 páginas da “Pura Sabedoria do Dominus”…
— Então depois escreverei uma tese com título “A Verdadeira Felicidade do Dominus, segundo Hans, o ciuis bonus”. Vai ser bem grossa também, pois criarei uma grande variedade de argumentos e contra argumentos para que o Padre fique sem saída… - continuou Hans.
— Por fim, terei que revisar toda a tese, fazer as correções ortográficas necessárias e criar “frases de efeito” para impressionar o Padre. Magnus! Você vai ver! Será uma tese tão inovadora e surpreendente que os próprios episcopi do Latium estudarão com afinco! - finalizou Hans.

— Em uma hora você consegue fazer isso? - perguntou Magnus, já impaciente.
— Não, pelo menos no mínimo uns seis meses.
— SEIS MESES! VOCÊ ESTÁ DE BRINCADEIRA COM A MINHA CARA!?
— Calma Magnus! Faz parte da estratégia!
— Vou te mostrar uma “estratégia” bem mais eficiente…

Assim, Magnus inflou o peito e foi em direção da saída da Iucunda Vrbs. Lá se deparou com dois guardas.

Deste o incidente da última fuga, o Padre pediu para que o Império do Latium enviasse dois guardas para “tomar conta” da vila. E devido à tranquilidade dos habitantes, ambos patrulhavam desarmados. Porém não contavam com a fúria de Magnus.

E como um relâmpago rompendo a noite, Magnus agiu com seu cruzado de direita, que ecoou por toda a vila, contra o rosto de um dos guardas. Já o outro ficou tão atordoado com a situação que nem percebeu o gancho de esquerda estourando o seu queixo. Em questão de segundos, fragmentos de dentes e poças de sangue circundavam a entrada da vila e ambos guardas se encontravam nocauteados.

— MAGNUS! VOCÊ NOCAUTEOU DOIS SOLDADOS DO LATIUM!!!!! VOCÊ TEM IDEIA DA GRAVIDADE DO SEU ATO! - exclamou Hans ao encontrar com Magnus.
— Que se dane o Império do Latium, o Padre, a sua “estratégia” e esta maldita vila! Nada me impedirá a minha viagem para a Terra do Metal! E não preciso de ninguém para iniciar a minha jornada! Não preciso de um “bom cidadão”, que possui a compaixão de todos por causa de “boas maneiras”; Logo, você é igual a qualquer habitante desta vila! Você tem MEDO! Medo de arriscar! Medo de enfrentar as adversidades! MEDO DE VIVER POR SI SÓ! Agora com licença, pois tenho uma jornada muito longa. Até mais. - assim Magnus se despediu de Hans.

O “Bom Cidadão” agora se encontrava quieto. Por mais que ele tivesse mil argumentos na ponta da língua para dissuadir Magnus, o véu do silêncio imobilizava as suas palavras. No fundo sabia que o metaleiro estava certo.

E finalmente Magnus sai da tranquila Iucunda Vrbs. “Chega de paz, tranquilidade e comodismo! Agora colocarei um pouco de emoção na minha vida!” assim pensava o nosso herói.

Dessa forma termina a saga da Iucunda Vrbs.

Os perigos que aguardam por Magnus são muitos, porém isso não intimida o bravo herói!

Sozinho ele começava a sua jornada.

Pois o voo da liberdade é um momento solitário, individual, ímpar.
Hans Vitor
Enviado por Hans Vitor em 03/03/2017
Reeditado em 05/03/2017
Código do texto: T5929142
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