A menina tensa e a sonata que pensa

A menina pensa que pensa

e nem afagos nem gostosuras dispensa.

A menina que pensa que pensa,

De tanto que pensa que pensa

— Que horror!!! – Fica pensa.

Fica pensa de tanto que pensa.

E tanto pensa e pensa

— Coitada! Que fica pensa.

Passa a mão na cabeleira densa.

A brilhosidade das madeixas é imensa.

Na varanda, em uma gaiola suspensa,

Um pássaro (de madeira) de Florença.

Sem ao menos pedir licença,

Chega, em uma brisa pouco infensa,

A doença intensa de uma sonata em nascença. .

E a menina tensa, que pensa e pensa,

— A menina lá do começo ¬¬do poema —

Descontrai. E as feridas e mágoas pensa.

Vicencia Jaguaribe
Enviado por Vicencia Jaguaribe em 17/01/2017
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