A menina tensa e a sonata que pensa
A menina pensa que pensa
e nem afagos nem gostosuras dispensa.
A menina que pensa que pensa,
De tanto que pensa que pensa
— Que horror!!! – Fica pensa.
Fica pensa de tanto que pensa.
E tanto pensa e pensa
— Coitada! Que fica pensa.
Passa a mão na cabeleira densa.
A brilhosidade das madeixas é imensa.
Na varanda, em uma gaiola suspensa,
Um pássaro (de madeira) de Florença.
Sem ao menos pedir licença,
Chega, em uma brisa pouco infensa,
A doença intensa de uma sonata em nascença. .
E a menina tensa, que pensa e pensa,
— A menina lá do começo ¬¬do poema —
Descontrai. E as feridas e mágoas pensa.