O coelho e a preguiça

O coelho e o bicho preguiça (Azul-Marinho e Nina)

Estava o bicho preguiça em seu lugar, veio o coelho incomodar... É assim que começo este conto...
Nem tão longe assim, havia um parque ecológico rico em árvores, animais de várias espécies tanto rasteiros como voadores, uns mansos, outros nem tanto. Onde semanalmente era aberto ao público para visita.
Porém havia uma amizade meio que esquisita entre um coelho, nada nos padrões visto pelas pessoas. Era um coelho Azul-marinho, com o brilho do pelo intenso, sua velocidade era tamanha que ultrapassava a velocidade da sua raça, os coelhos brancos e cinzas, até mesmo dos bichos que o cassava, por isso, ele se tornou uma raridade.
Por esta razão, a sua amizade com o bicho preguiça (Nina) era incomum, justo ela que levava um dia, ou mais para chegar noutro galho, mas, para ela pouco importava, até para responder uma pergunta do coelho Azul marinho, levava horas, o deixando impaciente.
Chegou ele embaixo da casa dela e gritou: - Bom dia Nina!! Um silêncio.
Correu pela floresta várias vezes e voltou, nada de resposta. Resolveu deitar-se, tirar uma soneca bem demorada. Acordou com um bocejo e ouvir um bom dia preguiçosamente:
_Bom dia Azul, você bem sabe que tenho hábitos noturnos, trco a noite pelo dia, mas, enfim pra lhe dar atenção, abro uma exceção .O que quer você comigo a está hora de sol alto?Ahhhhhhh! Agora estou comendo a minha refeição ,que não é o mesmo que o seu, certo!?
_ Pois bem, o meu já engoli cedo, já almocei e está quase hora de jantar.
Vim tratar de um assunto com você, vou falar tudo de uma vez, porque eu não vou ficar um dia plantado aqui esperando sua opinião , digo, a sua resposta.
Amanhã cedo vou passar por aqui para resolver esta pendenga que estar me incomodando.
É o seguinte: percebeu como somos discriminados até mesmo nos contos? Contos da corrida da tartaruga e a lebre, a cigarra e a formiga. O leão e o ratinho , a raposa, a onça e nós?!
Observo escondido atrás da árvore para não ser pego, humanos bem pequenos brincando com bichinhos de panos, de veludos, de borracha, quando vêm passear aqui. Têm ursinhos , macacos, coelhinhos branco que discriminação! Até mesmo bichos de outra região: girafas, pandas, cangurus e por aí vai... E nós Nina e nós?
O que é preciso para nós ganhar um colo também?...Não responda, eu espero amanhã. Já adiantando que vamos provar a todos que temos nossas habilidades, eu chamo o meu mano Alvinho, apostamos corrida bem na hora do parque cheio, e você mostra a sua habilidade pelo menos um urro né? Para eles olharem em sua direção, sorria, mostre os dentes, charme você tem Nina, queremos uma história, queremos colo, concorda? Claro que não nós mesmo, não é? Mas que tal uma réplica para sermos lembrados.
E lá se foi o coelho embora, esperando uma resposta no dia seguinte .
Logo cedo, o coelho se alimentou como de costume, correu para manter a forma, foi perseguido como de costume por uma raposa, escapou... Ouviu o cantar dos pássaros, um pica-pau fazendo barulho na árvore toc, toc, toc, lá longe os assovios dos saguis, chegou no destino certo, sua amiga Nina, dessa vez a encontrou mastigando a sua refeição matinal
_ E aí?, meia hora depois de paciência ouviu ela responder:- Aí o quê?
_Sobre o que eu falei ontem, se liga Nina!
_ Ah, eu topo desde que não me cutuque, que não seja tão cedo, sabe que adoro dormir durante o dia, só se for no finalzinho da tarde, daí tudo bem.
Que bom, vamos combinar, bem no dia que tiver cheio este parque, ih vai ter espetáculo, espere só o que vou mostrar para essa gente, quem se destaca mais, ou eu ou meu mano Alvinho.
E assim chegou o dia, foi um alvoroço, bem na hora do pic nic dos humanos. Azul- Marinho provocou o Alvinho lhe tomando uma cenoura que ganhou de uma criança, e foi àquela correria, um espetáculo, a torcida era grande para o Alvinho, que desapontou a todos, quem venceu? Sobre vivas e elogios. Ouviu uma criança dizer:
_ Mamãe, eu quero um coelho desse, dessa cor, ele é lindo e valente!
Quanto a Nina, o bicho preguiça, não desapontou, com seu jeito desengonçado, parecia uma sereia cantando com os seus gritinhos, fazendo malabarismo na árvore, chamando a atenção de todos os presentes, nisso um menino eufórico gritou:
- Pai eu quero uma dessa pra mim, eu quero!
- Meu filho não pode, essas garras dela e feroz, pode lhe rasgar e ela não sobrevive fora do habitat dela!
_ Pai, eu não quero esta, quero igual mas de brinquedo!
_ Vamos ver, vamos ver.
Uma pessoa que estava observando tudo, resolveu escrever um conto sobre a amizade dos dois.
Dora Duarte
Enviado por Dora Duarte em 15/09/2017
Reeditado em 26/09/2019
Código do texto: T6114768
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