Cadê o Folclore que estava aqui?

Cadê o folclore que estava aqui?

Cadê o quintal enfeitado

o brinquedo que estava ali?

Quem queimou a panela e não anda mais a cavalo?

Essa astúcia não foi do saci!

Quem cortou o verde, e derrubou as árvores?

O Curupira assustou,

Quem botou fogo na mata?

com seus pés para trás Caipora se desviou.

O que aconteceu com os peixes da lagoa

e cadê as brincadeiras antigas?

Mãe d'água guardou no fundo do rio

junto com as lavadeiras e suas cantigas.

O tempo não tá para peixe

no rio nem se pode nadar,

cadê o rio limpo onde os peixinhos nadavam?

Sereia lá está a chorar.

Na floresta os bichos todos acuados

com as lendas vão se perdendo

Boitatá, cobra de fogo,

Ninguém mais por lá está vendo.

As crianças de hoje em dia

não brincam mais de ciranda

Tingo Lingo Tingo, Tô no poço

a roda da vida é que vai girando.

Cadê o anel que tu me deste?

Era de vidro e se quebrou

O amor que tu me tinhas

virou foto no computador.

Onde andam as crianças

à noite toda ouvindo estórias?

com medo da cuca, do bicho -papão

O papafigo mandando embora?

É um tempo diferente

lendas, mitos e cirandas

brincadeiras antigas, costumes.

Pra frente todo mundo é que se anda.

E deixam para traz,

sereia, saci, e Lobisomem

o repertório popular mudou

Ou quem mudou foi o homem?

Folclore é cultura, é costume popular

crendices, passatempos, cantigas de ninar

Vamos todos juntos na ciranda

não deixar que a festa venha acabar.

O momento de juntar a família

pra boas histórias contar

os pratos saudáveis na cozinha

para os filhos ensinar.

As brincadeiras nos quintais

fazer adivinhação admirando a lua,

brincar de roda e de peteca

Que o folclore viva, na minha e na sua rua!

Paula Belmino