A água e as pedrinhas da ribeira (Fábula)

A água e as pedrinhas da ribeira

(Fábula para crianças)

Em tempos muito remotos, havia uma ribeira que corria sempre sem parar, a corrente era muito forte, em especial nos invernos quando caia muita chuva. Um dia os peixinhos brincalhões, mais umas tartarugas e uns cágados, que são da família das tartarugas creio eu, estavam muito tristes, porque na ribeira, havia muitas pedras afiadas e eles cortavam-se muito, quando andavam por ali a brincar na corrente. Se as águas que vinha das encostas dos montes, a corrente era muito forte, eles como eram pequenas criaturas, eram atirados contra as rochas muito afiadas e ficavam com cortes muito profundos, o que lhe dificultava a vida, para colherem o alimento. Também destruia os seua abrigos e destruia seus ovinhos, de onde iriam nascer muitos peixinhos, depois vêm muitos rapazes, atiram pedras para a ribeira, para nos assustar, por vezes até ficamos feridos, assustam-nos e apanham os cágados e brincam com eles, mas são muito maus, atiram pedras aos coitadinhos. Isto foram alguns peixinhos dessa ribeira, que me contaram numa manhã de sol, depois do orvalho ter caído nessa noite, então eu aconselhei os peixinhos, mais as tratarugas e os cágados, em se reunirem e depois tentar falar com a água da corrente, quando ela fosse menos forte, para tomarem conselho sobre estas coisas, que os magoava muito, não os deixando brincarem, nem se podiam alimentar bem, porque quando as chuvas caiam muito fortes, arrastavam tudo, não os deixando ter uma vida calma. Assim quando a primavara surgiu, acompanhada de muitas flores de toda as cores, os passarinhos começaram a fazer as sua casinhas, quero dizer os seus ninhos, onde iriam criar os seus filhotes, alguma frutas também ja estavam aparecendo, tal como as cerejas, os morangos muito vermelhinhos, as castanhas já tinham acabado,mas as laranjeiras ainda tinham alguma laranjas. Nesta época o cantar dos passarinhos, animava os camponeses, que por ali trabalhavam as suas terras,cheios de esperança de boas colheitas, sem pestes, que tudo dizimavam. Assim os senhores cágados e as donas tartarugas, juntamente com muitos peixinhos, convidaram a água muito limpinha que estava passando de mansinho, para terem uma reunião, para apresentarem os seus problemas. Então a dona água acedeu e foi correndo muito devagar, até que numa zona soalheira parou mesmo por completo, para ouvir as queixas daqueles habitantes do ribeiro. Depois de escutar com calma as queixas, ela pensou, pensou, porfim apresentou o seu plano, que constava do seguinte: Ia ter uma conversa com o bichinho, chamado homem, para apresentar o caso,pois ela só por si, não tinha meios para dar soluão ao problema que lhe apresentaram, a dona água corrente expliccou; eu quando não chove muito, consigo correr com suavidade, não assusto os peixinhos nem as tartarugas, até os passarinhos me vêm beber e banhar-se nas minhas águas, o que me dá muita alegria, mas quando chove muito e as nascentes já estão também com muita água, tudo se precipita, aí eu entro em correria e levo tudo na minha frente. Assim eu vou falar com o tal bicho homem, porque só ele nos pode ajudar.

Depois da dona água, ter enfim falado com o homem, ele pensou pensou, depois disse: Eu aho muito bem, mas tenho que convocar uma reunião com outros homens, que têm interesses aqui. Como o moleiro da azenha, os pastores com seus rebanhos, as arvores cuja vida dependa das águas, quer da chuva quer da ribeira, ainda temos que falar com os barqueiros, que não pare mais, já no rio vivem dos seus barcos, na pesca, e no transporte de colheitas. Logo que eu tenha falado com todas estas pessoas, animais e as arvores, eu apresento a questão e depois se chegarmos a acordo, faremoa uma grande reunião, para tratar de todos os problemas.

Passados uns dias, fizeram uma reunião geral, onde todos poderian apresentar os seus assuntos e

seus problemas, mas tudo dentro das boas vontades, sem atropelos e ambições sem fundamento.

A grande reunião foi apresentada, o bichinho homem abriu, expondo os assuntos, sendo o primeiro assunto poderem conter a correnteza das águas, mas sem prejuizo, deixando que as águas corressem mais calmas, para não haver desgraças, assim o moleiro dono do açude, abriria as suas comportas para receber o excesso das águas, que depois iria gradual mente abrindo, para que nunca faltasse a água. Depois as arvores também, também pediram que tivesse aceso às águas e continuariam dando a sua sombra aos peixinhos, aos cágados e tartarugas, As águas serviriam a todos, que delas necessitassem,mas sem haver excessos, portanto pastores e boeiros, teriam livre acesso, para que os seus animais podessem beber. Os pescadores podiam pescar, mas sem poder pescar em excesso, não se permitindo que se fizesse uso quimicos que as contaminassem, pois era desta ribeira, que todos desta área bebiam e davam de beber aos seus animais, assim como também se faziam regas, para as hortas e para o arvoredo, como já foi declarado.

Como eram todos jente de palavra, iriam então cumprir à risca o combinado, se algum prevaricasse, esperavam que nunca acontecesse, seria expulso e perderia o acesso às águas.

Todos aprovaram e se comprometeram solenemente, fez-se festa rija para comemorar, toda esta organiszação todos estiveram presentes, escutou-se algumas melodias cantadas pelo vento, suave, que passava pelas ramagens das copas altas do arvoredo, as arvores acompanhavam enquanto os passarinhos, e as rãs coaxavam, acompanhando esta música original, até os cavalinhos relinchavam, as ovelhinhas baliam, as cabrinhas acompanhavam as vaquinhas, no seu mujir, também se alegravam, foi uma festa onde todos falaram nas suas vozes, não esquecendo os cães, que auxiliavam os pastores com grandes rebanhos, mas de longe as raposas espreitavam muito cautelosas, os lobos também, cautelosos não se chegaram, porque eles gostariam muito, era de filar um ou duas ovelhas, par se banquetearem, mas isso nesta tarde os cães não os deixariam aproximar, pois o seu papel era defenderem os rebanhos.Finalmente a ribeira pediu, para os habitantes da ribeira, ou seja; os peixinhos os senhores cágados, as senhoras tartarugas, também iriam ter as pedras alisadas, para não se ferirem nelas, porque a dona água, arranjou forma de alisar as arestas que golpeavam estes animais. Assim terminou tudo numa harmonia e bem estar para toda a natureza!

Neste dia memoravel! Os peixinhos cantaram, as ovelinhas e as cabrinhas baliram, isto é; por momentos falaram como os humanos, pois estamos em tempo de fábula, os lobos ao longe uivaram, as raposas regougaram, as aves trinaram seus canticos, as arvores muito mansinho, concordaram e ao passar do vento nas suas ramagens muito se alegraram hum... ummm, as abelhas, colheram o polén precioso e o netar doce e guloso, passavam carregadas, ouviam-se suas vozes, fazendo zum.... zum... zum, muito felizes, regressavam à comeia, para fabricar o seu doce mel, os burrinhos zurraram alegres, os cavalinhos relincharam, respondendo com sua alegria, as águas passavam muito mansinhas, ao passarem pelas pedras, ouvia-se o seu cantar, bloc bloc zum glube glube, até os humanos se juntaram, tocando os seus harmónios, tocando os ferrinhos e as castanholas, para festejarem o acontecimento. Embora seja uma fábula, mas seria muito bom, que toda a natueza assim vivesse, em perfeita harmonia, louvando ao Seu Criador e deixassem de se guerrear, o que muito entristece a Deus

Aos muitos meninos e meninas, que escutarem esta fábula. Chama-se fábula a uma história ou conto, em que todos os elementos da natureza, falam uns com os outros, como se fossem pessoas. A todos vós, este avozinho José Manuel, manda muitos abraços e escutem sempre muitas fábulas e contos! Viva a criançada, que virão a ser os homens e mulheres do amanhã.

José Manuel Rodrigues escreveu esta fábula desde Portugal para as crinaças de todo o mundo

Galeano
Enviado por Galeano em 14/06/2017
Código do texto: T6027389
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