Carretel, retrós e canelinha

Se não tiver ou tiver tido uma máquina de costura em casa, fica difícil da gente entrar logo na linha. Mas vamos lá, com ou sem Singer ou Vigorelli, essa trindade, não necessariamente juntinha - feito Pai, Filho e Espírito Santo - tá sempre na agulha. E a dois, pra ninguém suspeitar de ménage à trois despois...

Mas é essa combinação: do carretel ou do retrós, que são excludentes, sai um fio de linha, de acordo com a conveniência, se por linha mais ou menos resistente. Dependendo da escolha do ou da costurante. E o carretel regular, com as suas duzentas jardas de linha, costuma conter o dobro do que tem o retrós. E se o primeiro é de madeira, o segundo é dum papel rijo que não o deixa contudo fazer papelão na hora da precisão.

E a canelinha, perguntar-me-ão, via mesóclise temerística, que é a moda um tanto esnobe da ocasião. Até quando, sei não. Mas da canelinha, gente não ligada à costura, vai ver que nem tem noção.

E lhes explico com provas mas sem nenhuma convicção: ela é um invólucro metálico, que recebendo linha do carretel ou do retrós, encaixa-se abaixo do tampo da máquina e tem a função de contracenar com a linha que passa pela agulha visível da costura, literalmente, costurando por baixo. Singelo arranjo que faz as duas linhas se convergirem e se juntarem ao movimento de cada ponto que agulha dá.

Mas como visualizar, eu não tenho mais como explicar. Mas deixestar. O importante é que esposamante, a canelinha combina tanto com o carretel quanto com o retrós e esforços não mede para fazer a sua parte, na mais absoluta discrição, mesmo se falha, Deus me valha, a minha descrição.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 16/04/2017
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