O MEDO...

Era noite de lua cheia, a lagartixa sentou-se no alto da montanha e ficou admirando aquele espetáculo. De repente um barulho estrondoso fez a lagartixa se tremer, correndo foi chamar à vizinha.

- Corra! Corra! O monstro da floresta está bem pertinho, parece arrancando a vegetação por onde passa com seus pés gigantes.

A vizinha que dormia tranquila depois de uma noite de festa, abriu o olho apurou os ouvidos, - Oras não é nenhum monstro deve ser a chuva que está chegando com rajadas de vento. Veja o céu escureceu a lua desapareceu. Agora volte para sua casa e me deixe dormir em paz, disse a vizinha aborrecida.

- Não quero ficar sozinha, posso ficar aqui em sua cama? – Por favor, eu prometo ficar bem encolhida e deixo a minha cauda fora da cama assim não toca em você... Implorou a lagartixa.

A vizinha irritada gritou:- Não! Vá para a sua casa aqui não tem espaço, minha cama é estreita e você ronca muito. Sem esperar respostas virou-se bateu a porta e foi dormir deixando a lagartixa tremendo encostada na parede.

A vizinha não conseguiu dormir, atenta a qualquer barulho, quando um estouro perto da sua casa a fez pular para fora e lá estava a pobre da lagartixa chorando encolhida num cantinho escuro. O vento uivava, os passos fortes de alguma coisa se aproximavam.

- Venha entre depressa disse a vizinha puxando a lagartixa pela cauda. As duas se encolheram a espera do pior, a cada segundo os passos ficavam mais pertinho da casa, quando a porta se balançou como se fosse soprada pelo vento as duas escorregaram pela janela do fundo e correram até a árvore mais próxima e subiram correndo como raios, já seguras passaram a observar o que era aquilo que fazia a casinha se tremer. Quando os galhos da árvore se balançaram com o sopro do vento a tremedeira das duas aumentava, era como duas gelatinas de tanta tremedeira.

- Vizinha estou com medo, o monstro vai nos pegar, ele está aqui embaixo da árvoreeeeeeeeeeeree.... Gaguejou a lagartixa com voz tremula...

O medo era maior que a noite, o monstro espantou a Lua e fez a noite escurecer, Pensava a lagartixa, vamos morrer devoradas por um monstro. Quando os galhos se agitaram bem pertinho das duas agarradas ao troco, a voz sumiu fecharam os olhos e esperaram a hora de serem mortinhas pelo monstro.

- Oras! Oras e não é duas lagartixas medrosas, o que fazem aqui agarradas a esse tronco? Perguntou a cigarra que foi despertada do seu sono repousante.

As duas abriram apenas um olho, ao perceber que era a cigarra respiraram aliviadas, - Era um monstro pronto a nos devorar, até a nossa casa ele destruiu. Disse a vizinha.

Ao ver que o monstro não existia e que tudo não passou de uma ventania, a lagartixa que continuava abraçada com a vizinha gritou:

- Afaste criatura, suas patas estão geladas, sua pele muito áspera...

- Como você é egoísta, eu estava dormindo em minha cama quando você apareceu tremendo e me fez acreditar em monstro, vou voltar para a minha casinha e para a minha caminha de onde não deveria ter saído. Sua egoísta mal agradecida. Disse a vizinha descendo da árvore e correndo em direção a sua casinha que continuava com a porta aberta. Rapidinho fechou bem a porta, enfiou-se debaixo dos cobertores, só queria dormir com vento ou sem vento. Nunca mais iria ouvir a lagartixa.

O vento soprava lá fora, mas que barulho seria esse? Bom devem ser os pingos de chuva batendo no telhado. Adormeceu logo em seguida.

A lagartixa não querendo ficar sozinha aquela noite pediu para ficar ali com a cigarra, as duas se agasalharam, o barulho voltava cada vez mais forte, Bom se chovesse estaria protegida na fenda da árvore não era a sua cama confortável, mas ali estava segura na companhia da amiga cigarra.

A cigarra que medo não tinha de chuva, abriu a portinha da sua casa e disse para que o vento pudesse lhe ouvir: - Seu assobio já está acordando toda a floresta, melhor dormir senhor vento, amanhã cedinho volte com a sua estripulia.

O vento em resposta deu um forte sopro em direção a árvores balançando ato forte os galhos que folhas e frutas caíram forrando o chão. A lagartixa tremia tanto não sabia que os movimentos eram do monstro ou do seu coração que fazia toc...toc...toc... A chuva caiu, o vento se acalmou a lagartixa cansada adormeceu, não ouviu mais barulho de monstro nem assobio de vento, quando o sol tocou o relógio do dia, abriu os olhos se esticou, olhou em volta parecia tudo normal colocou a cabeça de fora nem sinal da cigarra, - pensou: Com certeza já saiu para cantar na praça, melhor voltar para a sua casinha.

A chuva que caiu durante a noite lavou as folhas que brilhavam em seus galhos, outras foram arrancadas com o sopro do vento e dormiam tranquilas no solo.

Parou por um minuto subiu numa rocha apurou bem os olhos, olhou em volta e nada da casa da vizinha, Já sei o vento me levou pra algum lugar distante, tudo aqui está diferente. Resolveu seguir em frente, lá estava a sua casa numa das rochas ao lado do rio, e a casa da vizinha onde foi parar? Curiosa foi até o local nem sinal da casa e nem da sua vizinha, mas para onde o vento levou as duas, coitada da vizinha com certeza dormia e não viu a sua casa sendo levada. Assustou-se tremeu as patinhas. Ai! Foi o monstro que engoliu as duas.

Sem perder tempo correu até a sua casinha, tudo estava em ordem, o vento não conseguiu entrar ali e varrer tudo, o monstro com certeza muito grande nem um dedinho entraria em sua casinha, ali estava segura e durante alguns dias só sairia para pegar alimentos e depois voltaria correndo.

irá rodrigues
Enviado por irá rodrigues em 25/03/2017
Reeditado em 25/03/2017
Código do texto: T5951717
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