No mundo das nuvens

Do jeito que a gente olha

Ah, quanta coisa se vê!

Desperta a curiosidade

Em mim e em você.

Em cada ângulo se vislumbra

Seres imaginários e tão diferentes.

Do hipopótamo de sete cabeças,

A vassoura voadora das serpentes.

O legal de tudo isso

É que o que acabamos de ver:

Com o sopro de qualquer ventinho,

Faz logo desaparecer.

São coisas tão interessantes

Para a gente aprender.

No dorso do gato alado,

Viaja de graça o E.T.

Que curioso ver o elefante,

Que com uma almofada lava o chão.

E mesmo não tendo cordas,

Toca bem o seu violão.

De guarda-chuva na pata,

Tenta desesperado se defender.

Do monstro com cabeça de cobra

Quer o urso branco fugir e viver.

E a casinha redonda

Que flutua sobre um pião

De suas janelas abertas

Pode-se ver o avião.

Como é grande a cegonha!

No lugar das asas, três pés.

De outra nuvem tem vergonha,

Voa sempre em viés.

Está claro que a professora

No jardim foi passear,

Vara de pesca no ombro

Com as flores a filosofar.

O pastor com suas ovelhas...

Opa! Não são ovelhas não.

Uma dúzia de pinguins

Que sopram bolhas de sabão.

Entre o branco e o azulado,

Tão gostoso de se ver,

Árvore imensa com janela

Na colina vai crescer.

Por do sol no horizonte

Tudo pinta com seus raios,

Corpo humano, cabeça de onça

A correr com dois balaios.

Olha, que fila animal!

Tem barulho e tropeção.

Bicharada vai na frente,

Presa fácil do leão.

Circular o Coliseu,

Com feras nas entradas a lhe guardar.

Não quer na sua arena

Mais ninguém para gladiar.

É certo que aquilo é um sapo

Escondido entre as folhagens da lagoa.

Língua pra cima e nela apoia

Uma sereia na canoa.

O tubarão de barbatana para baixo

Todo orgulhoso na água a deslizar,

Percorre o mar de ponta-cabeça

A procura de alguém para brincar.

No céu tudo é perfeito:

Tem igreja e Jesus no altar,

E tem nuvens pequeninas

Que representam os fiéis a orar.

Como é bonito de se ver

Bem definida a constelação.

Margeando a estrela maior,

A bela escultura do gigante Sansão.

Uma graça o filhote

De elefante a brincar,

Pega nuvens com a tromba

E num sopro as faz voar.

Imagine o crocodilo

Com uma pata engessada,

Quis andar de bicicleta

E atropelou um gato na calçada.

A rãzinha desengonçada

Com cabeça de elefante,

Pendurada no trapézio

Na pata um laço de barbante.

E o grande jacaré

Com cabeça e cauda de cachorro,

Coitado vive confuso

Hora no lago, hora no morro.

Mas que graça de esquilo,

Parece muito feliz,

Não porque achou nozes,

Mas porque brinca no chafariz.

Ai, que medo! É um crocodilo!

Dentes grandes, olhar assustador,

Está com frio o coitadinho,

Enrolou-se no cobertor.

No céu muitas imagens

E as letras do A, B, C...

As nuvens criam formas,

E o artista é você.

E mesmo em dias que o céu

Nenhuma nuvem projetar,

É só acessar a memória

Que tudo lá vai estar.

Valéria Nunes de Almeida e Almeida
Enviado por Valéria Nunes de Almeida e Almeida em 28/02/2017
Código do texto: T5926587
Classificação de conteúdo: seguro