O Show de Rock - (Um conto com os animais do Jogo do Bicho)

Em 2005, na escola Almirante Renato Guillobel, um professor de português pediu aos seus alunos da 8ª série (9º ano) que escrevessem um texto utilizando os animais do jogo do bicho. Quis a Providência que tal texto sobrevivesse até os presentes dias.

Trago-o aqui na íntegra, mantendo inclusive os erros de português da edição original.

Os animais resolveram fazer um show de rock para arrecadar dinheiro para a compra do terno do Senhor girafa que deveria ter o colarinho em pé e por isso seria muito caro.

Para organizar o show eles chamaram um produtor de shows muito famoso, que morava em Hollywood, ele tinha a fama de ser muito bravo e exigente, sem falar de um ego altíssimo, contudo seus shows sempre eram recordes de bilheteria. Isso levou os animais a contratá-lo. Uns achavam que ele era um leão, outros que ele era um gorila, e havia alguns que estavam em dúvida entre tigre, urso, lobos ou crocodilo. Ou seja, apesar de o terem contratado, ainda não o tinham visto já que o “Aguia-grama” que haviam mandado para ele deixou o recado com a sua secretária e voltou sem o telo visto. Todos estavam ansiosos pela chegada do grande produtor. Organizaram uma grande festa para a sua chegada e cinco dias depois do retorno do “Aguia-grama”... Bem na hora do almoço, ele chegou com a sua equipe: Henrique, um elefante bem grande, trabalhara na parte de expressão corporal, e deveria ensinar os animais como se expressar em um palco de forma leve e suave; Sara, uma égua bem bonita que encantara o coração de todos, os ensinaria a arte da bateria; Pinbaal, que era um mico-leão-dourado deveria tomar conta da iluminação e dos efeitos especiais, mas infelizmente a sua espécie entrou em extinção e ele foi para uma reserva, por isso em seu lugar veio um Senhor De idade chamado Bruce, uma simpática tartaruga de 735 anos de idade. E por fim o grande produtor temido por todos. Eu vos apresento. Disse Sara com uma voz bem suave. O grande Lionímio da Silva Taurus. E com grande esplendor ele entra no local que todos o esperavam. Isso é algum tipo de brincadeira? Berrou um animal na multidão ao ver que o seu grande ídolo era apenas uma borboleta. Então o senhor Lionímio Voou até o meio da multidão de animais e ignorando o que havia escutado disse: Caros animais, não me chamem de Lionímio, me chamem dr Sr. LT e... Vamos ensaiar. Então Henrique disse: Quem não gostou favor vim até mim para ter uma conversinha! Não houve nem uma rejeição.

No dia seguinte, Sara abriu os testes para baterista oficial do show. Uma avestruz que não me lembro o nome se candidatou, mas foi logo desclassificada, pois tinha o péssimo habito de comer as baquetas após cada ensaio. O Senhor Croc Odilo também se candidatou, mas foi imediatamente eliminado ao tentar abocanhar a professora. Após vários testes o selecionado foi a pequena Joyce, uma jovem bebê polvo que conseguia fazer um super solo, já que utilizava oito baquetas.

Enquanto isso o senhor LT estava selecionando os guitarristas do show. Um cavalo muito inteligente se candidatou, mas foi desclassificado, pois infelizmente não possuía dedos. Houve também um coelho que tentou e foi até muito bem, mas não foi melhor que a Dona aranha, que além de ser ótima no dedilhado, conseguia tocar as duas guitarras simultaneamente, por isso ela foi selecionada.

O professor Henrique chamou os músicos (Dona aranha e Joyce) para dar aula de expressão corporal, infelizmente a aluna Joyce saio no começo da aula pois ficou com falta de água. Cinco minutos depois o professor Henrique deu os parabéns a Dona aranha, pois ele nunca tinha visto animal tão leve.

Nos dias que se sucederam, eles selecionaram um vocalista, que por coincidência era um papagaio muito bonito elegante e com uma voz maravilhosa. Mas infelizmente pro ter fundos tão pequenos, só foi possível comprar uma bateria, duas guitarras e um microfone. Então decidiam que o papagaio não teria uma segunda voz.

Chegou a grande noite. O senhor LT estava muito feliz. O palco era em cima de uma pedra e estava ornamentado com nozes. No primeiro plano estava o meu microfone, em segundo plano, Dona aranha acabara de dar os toques finais na teia que sustentaria as suas guitarras; Do outro lado do palco Henrique estava concertando o aquário em que a pequena Joyce ficaria. Os efeitos especiais feitos por Bruce consistiam em uma tábua de madeira colocada sobre o palco e sustentada por quatro vigas; Essa tábua estava toda furada, dessa forma a luz do luar iluminaria o palco como em uma boate.

Parecia que o show seria perfeito, mas houve uma série de erros. Primeiro; Não houve Lua nessa noite e o efeito especial não funcionou; Segundo; A pequena Joyce tocou no aquário, ou seja, embaixo d’água, e ninguém ouviu nada; Terceiro; Dona aranha tocou divinamente, mas havíamos esquecidos de comprar um amplificador e ninguém ouviu nada. Os animais começaram a sair até que eu comecei a falar em língua de humano, e o público foi à loucura...

No final todos pediram o dinheiro de volta, pois alegavam que tinham ido lá para ouvir rock, e não humanes. Até que o show não foi tão ruim. Pois a costureira aranha que faria a roupa do senhor girafa, era a nossa guitarrista e concordou em fazer de graça.

Tirando o fato de ao acabarmos o show termos um prejuízo de 40 pedrinhas (dinheiro local) eu adorei o show. E agora estamos pensando em fazer um filme para cobrir o prejuízo do show. Mas esta é outra história.