O botão e o feijão

O botão e o feijão

13/set/16

Um dia um botão caiu de uma camisa dentro do saco de feijão. O botão era preto igual a cor dos feijões. Quando ele caiu os feijões riram muito dele por causa do formato diferente. O botão era muito inteligente, pois o dono da camisa onde ele ficava gostava muito de ler e como era o segundo botão de cima para baixo, ele ficava pertinho dos livros que eram lidos. Ele aprendeu matemática, aprendeu informática, aprendeu história e geografia e muitas outras coisas de muito valor, mas, sobretudo tinha lido em um livro sobre as diferenças entre as coisas, era um livro de psicologia.

Lá ele leu que apesar de errado, era comum que as diferenças fossem vistas negativamente. Aí estava o primeiro erro porque ninguém é igual a ninguém. Cada qual é cada qual, na aparência as diferenças por mínimas que sejam são evidentes a cor dos cabelos, dos olhos, da pele, o tamanho ou a forma do nariz, das orelhas ou da boca, o jeito de falar, o tom da voz, e muitas outras.

O botão então começou a fazer palestras para os feijões. Ele falava como era importante que todos fossem amigos e companheiros, Ele mostrava o que existia de igual entre todos eles, depois mostrava as diferenças que existia e por fim mostrava como estas diferenças eram importantes e completavam o outro: quando a diferença era a forma, esta diferença ajudava para que um ficasse em um lugar junto com aquele que era diferente, ou que o menor conseguisse passar por um lugar que o maior não conseguia, e trazer algo que o maior precisava. Mostrou que quando a diferença era a cor isto tornava possível saber quem era um e quem era outro. As diferenças no tom de voz ou no jeito de falar faziam com que um cantasse que outro declamasse, outro falasse e conseguissem assim, passar seus conhecimentos e sentimentos que no fundo eram iguais.

O botão ensinou também que quando não nos sentimos bem com alguma coisa que o outro disse ou fez nos devemos falar isto para ele, pois, só assim, ele poderá saber que aquilo não é legal para nós e então ele poderá deixar de fazer ou explicar porque fez assim.

Depois que todos ouviram o botão falar a vida naquele saco de feijão era de muita felicidade, todos se cumprimentavam e se ajudavam. Aquele saco de feijão era o lugar mais feliz de se viver, pois afinal entenderam que todos eram iguais até nas diferenças.

Geraldo Cerqueira