Sapo Julião
Cansado de tanto pular
O sapinho busca água
Busca onde se esconder
Um lugar pra se refrescar!
No calor só a sombra do catingueiro
O sertão a fumegar
Julião quase desfalece o dia inteiro
E de carona vai pra cidade passear.
Vai de calçada a jardim
Pula aqui, pula acolá
Em busca de felicidade
Julião só precisa se molhar.
Quer comer moscas
Quer insetos provar
De flor em flor pula o sapinho
Busca água pra sede matar.
Ah! pobre Julião
O brejo ressecou-se
A lagoa não existe mais
A vida ali já se foi.
Falta chuva no sertão
Nem cantar mais pode o pobre Julião
Quer brincar, quer coaxar
E no riacho ao fim da tarde nadar.
Vive sedento de água fria.
E eis a ideia
se disfarça de pedra
E no vaso de planta se enfia.
No jardim da menina Alice
disfarçado entre as folhas de comigo-ninguém-pode
Aproveita a rega da planta pra sobreviver
com a menina brinca de poesia
Ansiando o inverno a voltar chover.
Paula Belmino
Poesia bem real, aconteceu aqui no nosso jardim, e eu que tenho fobia de sapos quase morria se não fosse o primo Milton pra tirar do vaso, coitado do sapo!!!!
E pra me redimir, peço desculpas e crio essa poesia aqui.
Eu que eu nunca imaginei que faria um poema com sapos!
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