Maldito Estresse Ambulante

No final da rua, ouvia os gritos: "Oi dona Maria, oi senhor Zé... vem chegando pra cá, venham todos. Temos queijo, doce de leite, requeijão. Direto da roça, venha provar das delícias do campo. Feito artesanalmente. Vem chegando dona Maria.

Ouricei os tímpanos e chamei a mulher: "Maria, venha, estão nos chamando". Também me chamo Zé... às vezes é uma bate-cabeça dos diabos, porque é tanto Zé, que só Jesus na causa. Antes que esqueça, somos evangélicos também.

Encostei no carro e perguntei os preços. Achava que as coisas estavam baratas, de bom preço, porém, se o leitor for casado, sabe como é... quem manda na grana do homem, é a mulher.

O vendedor mostrava-me os produtos e perguntava se eu ia querer comprar. Confesso que fiquei com água na boca por tudo que vi, mas como quem manda é a minha mulher, repassava a pergunta para ela: "Oi bem, você vai querer queijo? Provei e está um delícia. Muito gostoso...

Sem pensar, a mulher balançava a cabeça, dizendo não. Assim fiz com todos os produtos que estavam sendo vendidos... e o mesmo ouvi dela: "quero não, bem. Temos em casa".

Após passado mais de meia hora, sem saber o que falar, disse para o vendedor: "se você for casado, sabe do que estou falando: mulher é assim mesmo. É econômica em tudo, menos na quesito vaidade. Ontem gastou mais de mil reais para cortar e alisar o cabelo e fazer as unhas, mas não gasta 20 reais na compra de um queijo.

Quando ia perguntar se ele é casado, mandou-me tomar naquele lugar e foi saindo zangado da vida. Também puderas, se pegar 100 clientes como minha mulher, morre de fome, coitado!

Mas uma coisa não posso deixar de registrar: como as pessoas estão mal humoradas, estressadas com a correria do dia a dia. Tá louco, a continuar como está, haja manicômio para tanta gente.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 13/09/2017
Reeditado em 13/09/2017
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