= Abobrix 25 - Do conselho =
Dessa vez é Suelen Lee, o filho, quem procura Pafúncio, nobre, mestre, sábio, poeta, profeta, filósofo e escritor chinês, não necessariamente nessa ordem, seu pai, para uma troca de ideias e aconselhamentos.
- Papiiiiiii!!! Podemos falar um cadim?
Pafúncio quase enfarta tirado assim da sua meditação. Odeia, detesta quando Suelen Lee faz isso. Sente vontade de esganá-lo quando ele chega toda rebolante e gritante.
Mas como convém a um bom oriental, responde pacienciosamente:
- Fale, filho minha, ou filha meu! Nem sei mais como te chamar. És um enigma que não consigo decifrar. Desembucha! O que temos pra hoje? O que é dessa vez?
- Eu quero me casar, Papi. Ou melhor, quero não! Eu vou me ca-sar! Entendeu ou quer que eu desenhe?
- Não, não precisa. Mas casar assim de repente? Posso saber pelo menos se já tens um ou quem é afinal, o pretendennte?
- Pode sim, Papi. É o Ho Chin Flin, pasteleiro da pastelaria aqui ao lado. Precisa ver como ele é bonitinho e fica fofinho de olhinhos fechados quando frita os pastéis naquele tachão de óleo quente. Só dá pra ver os seus dentes de cima e da frente!
Sabendo que seria impossível dissuadir Suelen da sua intenção, depois de contar até dez umas trinta vezes, suspirar fundo outras trinta, disse finalmente Paifúncio, ops, Pafúncio:
- Está bem, Su... Já que remédio não tem... Se casar é mesmo o que quer, foda-se!
São sempre assim os diálogos entre os dois. Finos, educados, delicados, de alto nivel.
- Aí Papiiiii, te amooooo! Sabia, tinha certeza que você me apoiaria!
Depois de ganhar uns dez beijinhos de Suelen e de ficar com o rosto todo melado e borrado de batom vermelho, ele, como todo bom pai aconselha:
- Su, é o seguinte, o preço da égua é cento e vinte, mas se der cem, leva.
Antes de casar pense, repense, medite muito sobre um dos dos meus milhares de milenares pensamentos...
"Quem na cara só vê dentão, não vê o coração".
:)
= Roberto Coradini { bp } =
23//05//2017