O Celulá e o Zapiá

To notando de um certo pra cá

Qui ocê ta di cabeça baxa só qué zapiá

Não espia mais nem na porta

Si qué tem vontade de proziá

As veiz mi pergunto pra mim, é

Farta di custume ou os tempo ta perto do fim

Nessa tar di modernidade como é qui faiz

Será qui to atrasado e ficando pra traiz

Tão inventano umas coisa isquisita

Qui o povo parece qui tão tudo doido

Os guri de hoje não sabi mais nem brincá

Os pais da um celula e eles já pega zapiá

Os namoros de antigamente era bem diferente

Os rapaiz na sala e as moças todas sorridente

Pelo buraco da fechadura, contente espiano

Hoje ta tudo mais fácil é só no zapiano

Mais como tá tudo mesmo muito mudado

Até os véi de hoje vive no zap grudado

As discurpa que eles inventam é pra esta antenado

Logo aprendem a usa o zap e diz estar informado

Tudo o quanto é canto, lugá, onde quer que eu vá

Tem sempre alguém ou um monte de gente no celulá

Ninguém presta mais atenção em nada, nem acolá

Tão perdendo a noção do tempo devido ao tar do zapiá

Pra caba di cuncerta os homi num deixa mais as unha cresce

Arrumam discurpa, mais a verdade é pra no celulá pode mexe

Discurpa pra lá, pra cá, mais é pra não arranha, a tela do celulá

I os dedo o dia intero na tela a escurregá

Acredito qui aqueles tempo bão nunca mais a di vortá

É as munhé, os homi os guri tudo invorvido com o tar zapiá

Das modernidade só tem uma que acredito nunca vai caba

Enquanto avê um caipira que não sabe usa u tar do celulá.