Haruki Murakami e Lygia Fagundes Telles

HARUKI MURAKAMI

Quando descobri Haruki Murakami, eu não sabia do fenômeno literário que ele representa. Simplesmente alguém me indicou, eu li e fiquei apaixonado por seu estilo. Só depois vim a saber mais sobre o sucesso dele, que é do tipo de escritor que quando lança um livro novo, vende milhões de exemplares já nas primeiras semanas. E a cada Nobel, seu nome é cogitado. Li em algum lugar que ele tem fãs e não simples leitores. E é a pura verdade.

Pra quem nunca leu Murakami, eu já adianto que seus livros são misteriosos, inusitados e estranhos. São, também, inusitadamente sensuais. Seu linguajar é facilmente assimilável, com frases genialmente claras e precisas. Digamos que o autor expõe suas ideias do jeito mais coerente possível, sem faltar nem sobrar uma palavra sequer. É como se seu texto fosse uma reta, a menor distância entre dois pontos.

Seria uma característica da literatura japonesa, essa estruturação simples e perfeita das ideias? Pois no livro "Grotescas", da Natsuo Kirino (ótimo, por sinal), tive a mesma impressão.

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LYGIA FAGUNDES TELLES

A Lygia é minha paixão literária mais antiga. Tudo começou com "Seminário dos Ratos", quando eu era adolescente. Bastou o primeiro conto, que eu acho que é "As Formigas", e meu amor por essa mulher já era do tamanho do mundo.

A Lygia mergulha fundo em seus personagens, na condição humana de cada um deles, com suas contradições, suas vaidades. Ela expõe o quão tênue é a linha que separa o amor do ódio, o mocinho do vilão, assim como a vida fora da ficção mostra as caras. Ela escreve à partir de sentimentos e pensamentos dos personagens, à partir de suas entranhas, seus traumas, suas subjetividades. Ela foge da perspectiva comum. Ela é mestre.

Breno Freitas
Enviado por Breno Freitas em 17/07/2017
Reeditado em 20/07/2017
Código do texto: T6056762
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