Centro Auxílium 50 anos. - Recordações de uma Ex-aluna (vida Salesiana)

Assim nascestes,

de um sonho,

de um desejo agraciado,

como chuva que molha o chão

de um deserto árido

de um povo esquecido,

carente, e quase sempre

abandonado.

E assim nascestes,

de um bilhete premiado...

da garra de uma mulher,

guerreira, escudeira,

que não temia a nada...

Logo, de casa em casa

Rocivalda andava,

pedia ajuda para erguer um castelo

quase de conto de fadas...

criando alianças,

fazendo elo,

ganhando a confiança

onde antes,

não havia nada.

Quanta desconfiança...

- Quem olharia para mim,

assim, com tanto amor?!

Olhar de Mãe que pede e que dá...

Era uma síntese

do verbo amar...

A grande acolhedora,

Indicada,

por Nossa Senhora

Auxiliadora...

Assim nascestes CSA...

quase que de um grão de mostarda

quando ninguém acreditava

tu nascestes!

Pelas mãos de um exército

mirim que sonhava,

que ajudava, que rezava

e que vibrava

à primeira brincadeira

em quadra...

De Madeira era o galpão,

dividido em salas de aula,

d'onde da porta se via,

o que para nós

parecia o céu...

o famoso carrossel.

E assim fostes se agigantando

conosco à teu lado,

corríamos, bricavamos,

cantavamos, rezávamos...

Aos domingos,

Missas, brincadeiras e bingos,

anos inocentes

de uma meninada

contente...

Oratório...?!

ai que esperado momento!

Ex-alunas com seu repertório,

animavam com seus instrumentos...

música de todos os tipos,

dos ritos da Missa

às marchinhas de carnaval,

não havia lugar pra intrigas,

pra cobiças,

nem pra confusão,

só muita alegria, euforia

de um amor que vinha

do coração...

Lembro bem...

os anos passavam,

e a alegria, e as sementes semeadas,

se multiplicavam...

Nos retiros,

as nossas almas

se renovavam...

assim... encantadas!

Que digam

as ex-alunas,

multiplicadas colunas

desta obra,

tão amada...

Que melodia...!

Adotada tão bem

nas chegadas,

nos recreios,

nas saídas

e que magia!

Em dias, escuros

ou em noites claras

era sempre uma alegria

ouvir todo dia

o "Tema de lara."

E o sino?!!!

Tão importante

quanto um hino

também nos comunicava...

Silêncio!!! Silêncio!

Hora de momento solene...

Missa, orações, reflexões

a mental higiene...

os nossos corações

rezavam...

Interagindo com os alunos,

os amados Professores,

grandes colaboradores

desde os tempos passados,

neste universo sagrado

verdadeiros querubins...

anjos de bondade

sem fim,

sempre muito animados...

e ainda hoje é assim,

educam e divertem-se

e ninguém fica inerte

Lá estão, por todo lado...

Semi-internato...

onde a autora

deste poema,

magrinha, esguia

desde pequena,

quase morava...

a menina que interagia

com o internato...

com a malharia

da Irmã Cornáquia,

com a tercelagem

da Irmã Giordano,

com enfermaria da irmã Clara...

Era um mundo encantado

De aprendizado e ainda tinha aulas de canto...

A capela!

Que coisa mais bela!

Era essa autora

que cuidava,

da casa da Protetora

sob os cuidados de

Irmã Clara, que a amava

e, de Nsa. Sra. Auxiliadora.

Tão bem fundamentada fostes,

tão bem cuidada és

pelos teus fiéis

o teu brilho, não é fosco!!!

Vens dos sonhos

de Dom Bosco

pras terras férteis

de Nossa Senhora de Nazaré.

A protetora, acolhedora,

que o nosso mestre

assim chamava:

Nossa Senhora Auxiliadora.

Aprendizado do Teatro

da escola...

deixando de lado a timidez

Hoje, presente na memória,

se fala, alto,

show de bola

com bom tom e altivez...

Baseados na alegria

e na fé como alimento,

anos mais tarde,

vindo de ti CSA

em nós arde

um movimento

motivo de grande aceitação

de amor e contentamento.

Alunos, alunas e ex-alunos

se juntavam...

sementes de ti desabrochavam,

em flores que insistiam

em não morrer...

em tudo entre nós

um bem-querer...

Laura Vicunã,

Domingos Sávio,

Mazzarello,

e o Mestre dos ensinamentos

Dom Bosco, era o elo

que em nós se agigantava

na maior melodia cantada

de alegria, entusiasmo,

evangelização e fé

Como um leve sabor

de leite com café

um forte aroma

de lírio, de jasmim

surgia assim

tua sinfônica pedagogia

na mais suave poesia

em nós impregnada,

na alegria, a tua filosofia,

começava, enfim,

o "Movimento Caminhada".

Com os exemplos aprendidos ensinávamos,

que precisávamos segui sempre com fervor,

testemunhando, evangelizando constatávamos

que o caminho era este:

o do amor.

Ensinamentos de Dom Bosco

em nosso meio

Faz das freiras

anjos brancos

dos anos idos,

Fundamentos nunca

Por nós esquecidos

Interagindo em novas freiras

como esteio,

fonte de inspiração

de vida, de doação,

resignação, acolhida,

para elas,

não havia e não há freios

filhas deveras protetoras,

As filhas tão queridas

de Nossa Senhora Auxiliadora.

Mudaram o hábito das Freiras,

diminuindo a canseira

para as vestes mais leves...

mas o hábito não muda!

O hábito da acolhida,

da alegria, do interagir

no pátio da escola,

o que levaremos

na memória

para o resto

de nossas vidas.

Somos como o ping-pong

que competíamos

em brincadeiras,

o bate e volta do vôlei

a amizade com as freiras

sempre partindo e voltando

e não importa de onde

sabemos a hora e quando

o dia da grande Cêia.

Impregnadas de Maria

Auxiliadora dos cristãos,

em nós bate um coração

que a vida inteira semeia

sangue Mariano nas vêias

um compromisso sagrado

um encontro animado

a Missa, a grande Cêia.

Quanta coisa aprendi

ao seu lado eu não caio

de vinte e quatro de maio

a tua Missa não esqueci

Auxiliadora dos Cristãos

deita o teu manto Sagrado

ouve o meu coração,

neste meio centenário

pede ao teu Filho amado

abençoa a escola em que vivi.

Aut. Benigna Samselski