Dedicatória ao lavrador Gilio Magnani

Ao velho já cansado

Com um olhar parado

Com a pele queimada

Que traz o rosto enrugado

Que traz esperança nas mãos calejadas

Dedico esse humilde verso

Ao herói esquecido, que passa despercebido

Todos os dias e por toda vida

Ao destemido homem do campo

Que ara a terra com perseverança

Semeia com esperança

Olha pro céu com fé

Esperando a chuva chegar

Esperando os grãos brotar

Crendo que muitos frutos irá colher

E jamais poderá desvanecer

Dedico esse humilde verso

Ao soldado valente, soldado sem farda

Sem troféu, sem medalha

Gente como a gente

Que mal sabe soletrar o nome

E tem até dificuldade no falar

Lá bem distante vai ele

Com a enxada nas costas

Com a moringa na mão

Lavrar pacientemente o árido chão

Quem sabe um dia iremos entender

Todo o mistério, esperança e dor

Que envolve a vida de todo lavrador