A reforma psiquiátrica no Brasil deixou, nos últimos tempos, a posição de “proposta alternativa” e se consolidou como marco fundamental da política de assistência à saúde mental oficial. A influência do seu ideário vem se expandindo no campo social, no universo jurídico e nos meios universitários que formam os profissionais de saúde. 
 
      “A Luta Antimanicomial quer a extinção do manicômio, do hospital psiquiátrico, dos muros isoladores, do confinamento, da perda da identidade, dos olhares de estranhamento e preconceito, das formas de exclusão e de internação que retiram a total autonomia do sujeito. Deste modo, diz respeito à família, à rua, à cidade, às formas de enfrentamento social, às políticas públicas em relação àquelas pessoas em sofrimento psíquico”, explica a acadêmica. 
 
       Portanto, não é suficiente que “se derrubem os muros” e os hospitais psiquiátricos. “É necessário que se viabilizem estratégias de atenção social, que se implantem mais serviços substitutos, e acima de tudo, que a sociedade e os profissionais da saúde busquem incansavelmente modos de fazer saúde mental e de atender aos pacientes de forma digna, humana e adequada”.
 
 
Águida Hettwer