Para meus Pais – Dagoberto, “Niêta” e Rosalvo (Avô)
 
Tem um prelúdio e aquele, do juízo!...
Tem um concerto! Ou um conserto
Na vida!... Um cara toca um aboé!...
Ai a rima fica fácil... Jequié, Nazaré,
Macaé!... O mais difícil!... É ouvi-lo!...
 O aboé... Chora!... Não musicaliza!
 
A musa e a música são cobras e lisas
Escorregadias, como todas o são!...
 
Mas ai um “cara” tocou... Uma flauta
 Transversal e, pôs-me em transe!...
Estava em Jequié... Exatos sessenta anos atrás
Meu pai tocando e, “NIETA” cantando...
Ainda me lembro das músicas
E, tem mais sei até quem as compôs...
...
Mas o que mais me faz, falta era a polivalência,
Do “Negão”!... Autodidata!...“Farmacêutico”,
Restaurador imagens dos santos,
Dono de padaria, socorrista,
 Dono de armazém, parteiro, dentista!...
 O diabo!... Éramos doze,
- quatro se foram, pós-partos-
 
Quem quiser aprofundar-se,
Vá, lá em “Córrego de Pedras”,
Itaibó, Jequié, Nazareth,
Nanuque... Ah!... Como corri
Atrás!... E, numa frase, curta e grossa!...
Tia DYLCE, me disse: Seu Pai “Morreu”!...
- Já não morava em Nazaré -
E deu-me uma carta!
 Guardei a carta...
Documentei, plastifiquei!...
ELE É, ERA MEU HERÓI!...
A POLIVALÊNCIA!...
É deveria ser algo hereditário?!...
 
Juro fiz de tudo para eternizá-lo!...
E a única foto presa na memória!...