VI — Fonética (Parte 5): Notações Léxicas (introdução)

Como já disse várias vezes, utilizo duas gramáticas para compor meus posts: CEGALLA (2008) e DUARTE (2000). Não raro, elas divergem quanto a ordem em que os conteúdos são apresentados, fazendo-me optar por uma delas ("Ó, dúvida cruel!").

Desta vez, não que as duas tenham "divergido", todavia, o CEGALLA (2008) antecipa um conteúdo: ele traz algumas "notações léxicas" que só serão estudadas a fundo quando chegarmos à "ortografia" (a parte da gramática responsável pela escrita das palavras).

Dando nome aos bois...

"'Notações léxicas' são certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras" (CEGALLA, 2008, p. 18).

Em outras palavras: são os acentos e os demais sinais que nos auxiliam na hora de ler um determinado termo. É bom lembrar que eles também são conhecidos como "sinais diacríticos". Vamos a eles:

Acento agudo (´): nos avisa quando a vogal tônica, aquela mais forte, é aberta. Exemplo: avÓ, paletÓ, Árvore, Época...

Acento circunflexo (^): o famoso "acento em forma de chapéu" nos avisa quando a vogal mais forte é fechada. Exemplo: bÊnção, vocÊ, mÊs...

Acento grave ou "acento indicador de crase" (`): é o acento que indica quando ocorre a crase (ou seja, a junção do "a" artigo mais o "a" preposição; mas não se preocupe com isto agora, pois, mais para frente, veremos isto com mais detalhes). Exemplo: fui À feira; ele foi À Bahia...

Til (~): indica a nasalização de uma vogal. Exemplo: campeÃ, bênçÃo, anfitriÃ...

P.s.: é bom lembrar que o til não é acento.

Hífen (-): une palavras e prefixos. Exemplos: arco-íris, bem-vindo, ex-aluno.

P.s.1: note a diferença do (-) para o (—): o primeiro, mais curto, é o hífen e o segundo é o travessão, utilizado para indicar o início de fala de algum personagem, entre outras coisas.

P.s.2: bem-vindo, mesmo com as novas regras ortográficas, não perdeu o hífen.

Trema (¨): abolido da língua portuguesa com o "acordo ortográfico" (mesmo porque só o Brasil o utilizava), ele era empregado nos grupos "gue, gui, que e qui" quando o U era pronunciado. Agora, porém, ele serve somente para grafar nomes e palavras estrangeiras. É válido lembrar, no entanto, que mesmo cortado do idioma, a pronúncia das palavras continua a mesma — como, por exemplo, em "tranquilo" (nada de dizer "trankilo").

E... é isto, pessoal! É sempre bom lembrar que qualquer dúvida ou mesmo correção os comentários estão aí para isso! Espero que vocês tenham gostado!

REFERÊNCIAS

CEGALLA, Domingos Paschoal. Nova Minigramática da Língua Portuguesa. 3ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

DUARTE, Madalena Parissi. Gramática Escolar da Língua Portuguesa. Blumenau: Todolivro, 2000.