A Língua do Tá

Tá é a forma informal (coloquial) do verbo estar. Seguindo a conjugação desse verbo, surgem outras formas informais como, por exemplo, “tô, tão, tava etc.”.

Cuidado: “Eu tive (estive) lá na feira ontem”. “Teve (esteve)? Que bom”!

Tive e teve (1ª e 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito) são conjugações do verbo ter.

Ex.: Eu tive febre e o médico teve que me medicar.

Atenção: nunca utilize tá, tô, tava etc. em textos formais como artigos, dissertações e redações escolares. A norma culta recomenda sempre o uso correto das formas verbais, o que no caso em análise, significa o emprego das formas “está, estou, estava etc.”.

Em certos tipos de crônicas, poemas, letras de música, mas, principalmente em contos, romances e novelas, as formas informais podem ser utilizadas nos diálogos das personagens, com o objetivo de dar maior naturalidade às falas. Isso vale também para o teatro, cinema e para a teledramaturgia. Contudo, creio que esteja ocorrendo certo exagero, mormente nos meios televisivos, quanto ao uso dessas expressões. Tornou-se algo banal na maioria das emissoras, ouvir o âncora ou repórter do telejornal, dizendo frases como “o acusado tá preso” ou “em maio, a crise política tava só começando”.

Um noticiário jornalístico não é uma conversa de boteco, portanto, expressões como “tá, tão, tava etc.” deveriam ser evitadas durante a transmissão das notícias. Pelo menos é o que nos diz o bom senso linguístico.

Lembre-se, na língua oral existe um relaxamento natural, além dos sotaques, na hora de articular as palavras, enquanto que na língua escrita, tal relaxamento só deve ocorrer por certas conveniências da narrativa, como o explicado quando tratei dos contos, das novelas e dos romances.

Por último, toda língua viva (que está em pleno uso) é naturalmente flexível. Entretanto, cabe a nós saber, onde e quando, podemos ser flexíveis com a nossa língua.

Até a próxima, pessoal!