I — O que é gramática?

"O que é 'gramática'?" é a pergunta que eu fiz para mim mesmo quando tive a ideia de começar a escrever sobre o assunto.

Eu sei que a palavra causa calafrios em muita gente — mais ou menos como acontecia comigo quando eu ouvia a palavra "matemática".

"Mas, afinal, o que é gramática?"

Bem, segundo DUARTE (2000, p. 11): "Gramática é uma palavra de origem grega. Vem da palavra 'grámma', que quer dizer 'letra'. A gramática representa um conjunto de normas que têm o objetivo de garantir o bom uso da língua".

Quando entrei na Faculdade de Letras descobri que existem dois tipo de gramática: a normativa e a descritiva. A normativa, ou seja, a norma, é o conjunto das regras, já a descritiva, ou seja, a que descreve, é aquela que diz como a língua funciona. É preciso deixar claro que uma não é mais ou menos importante que a outra.

Aquela que a gente estuda na escola — e que será o foco dos meus posts — é a "normativa". Porém, não pensem a língua como algo "estático", que já está pronto. Não! Um exemplo é o português do Brasil: em um pouco mais de 500 anos de história, o português sul-americano se modificou muito em comparação ao português europeu — tanto que, recentemente, houve uma (nova) tentativa de reaproximar os dois padrões; tentativa esta chamada de Acordo Ortográfico.

CEGALLA (2008, sp) diz: "A história, o registro e a sistematização dos fatos de uma língua constituem matéria da Gramática". Ou seja, mesmo aquele livrinho de regras que deixa muito estudante com dor de cabeça se baseia na forma como falamos.

Pode parecer estranho, caso a gente pare para pensar um pouco, já que o português que utilizamos todos os dias é diferente daquele que aprendemos na escola, mas o que ocorre é que a "gramática" fala sobre o "padrão culto" — sabe quando você vai escrever um documento ou mesmo vai falar com alguém importante? Pois então: é este padrão que você vai utilizar. O padrão informal, por sua vez, é aquele que a gente usa para conversar com os amigos, conhecidos ou mesmo para escrevermos textos para internet.

Resumindo tudo, para não aumentar ainda mais o post, é que a gramática, além daqueles nomes complicados que você tentou aprender (ou não) algum dia na vida, é apenas o livro resultado da forma como as pessoas utilizam o tão temido "português" — e que vai mudando, já que as pessoas também mudam.

REFERÊNCIAS:

CEGALLA, Domingos Paschoal. Nova Minigramática da Língua Portuguesa. 3ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

DUARTE, Madalena Parissi. Gramática Escolar da Língua Portuguesa. Blumenau: Todolivro, 2000.

Escritor ao vento
Enviado por Escritor ao vento em 28/05/2016
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