O POETA POR ELE MESMO, O OUTRO – entrevista I

1. Quem é Joaquim Moncks? Este cara é uma humana criatura que andarilha neste plano há mais de 69 anos – igualzinho a milhões de outros viventes – mas que possui um vício de origem: gosta de ler, estudar, pensar e falar sobre a experiência do estar vivo. Especialmente quanto ao trapezista no fio de linha (entre o nascer e morrer) e as sequelas disto em si e nos seus conviventes. Utiliza os signos verbais para estes registros, em alguns – mais do que apenas registro – o que resiste é o pedido de socorro e o encontro inevitável com o Absoluto. A passagem do tempo – à medida de que o tempo passa – é sua condenação ao degredo. Este “Incriado de Deus”, tal como Vinicius de Moraes assegurou para a historiografia poética, entende que pode mudar o mundo através da palavra e suas codificações. Talvez para tentar compensar as concepções e ações dos viventes do lugar comum da vida, que apresentam a todo tempo o individualismo e o sucesso pessoal como relíquias para o convívio em sociedade. Para ele, “sucesso” é palavra bastarda, porque excludente do mistério do Outro. Há mais de quarenta anos trabalha no sentido de que a Poesia seja verdadeiramente a voz da Confraternidade. Esta não se coaduna com o individual, é sempre a moção coletiva para a consecução do Bem e da Paz como vitórias de convivência...

– Do livro O PAVIO DA PALAVRA, 2015.

http://www.recantodasletras.com.br/entrevistas/5456303