Márcia Fernandes

Assisti a uns vídeos da sensitiva Márcia Fernandes falando sobre como se comportar em um cemitério e o que fazer para evitar que um encosto se encoste na gente.

Primeiro que não é com qualquer roupa que se deve ir ao cemitério: as roupas devem ser claras e as pessoas devem usar um lenço, um chapéu ou um boné, qualquer coisa que esconda a glândula pineal. Ao chegar lá, é preciso, antes de tudo, pedir licença aos mortos. Deve-se então ir primeiramente ao cruzeiro, e acender uma vela lá, nada de acender no túmulo, porque isso atrai muita alma penada. Para sair do cemitério, muita atenção: é preciso sair de costas, voltado para o próprio cemitério, e ir rezando um Pai Nosso até chegar ao carro, tudo para que nenhuma alma indesejada te acompanhe.

Em casa, é preciso fazer uma higiene severa nos sapatos para que não fique ali o menor pedaço de terra do cemitério. E, é claro, tomar um banho caprichado de água e salmoura. Em relação aos encostos do nosso dia-a-dia, há também uma infinidade de recomendações.

Em verdade, são tantos os rituais, tantas as precauções a serem tomadas que, no fim das contas, as pessoas devem viver em função dos mortos. Deve-se, o tempo inteiro, estar atento para não desagradar a nenhuma alma penada. Deve-se orientar o nosso comportamento pelo medo do que eles podem vir a nos fazer. Não estamos livres em um só momento, ao menor vacilo nosso, ZÁS! Vem uma alma penada em cima de você.

Pode ser, pode ser. Márcia Fernandes é daquelas espíritas católicas, escola do velho Chico, e por isso já está afeita uma infinidade de rituais. Mas a mim tudo isso parece uma grande prisão.

Frederico Milkau
Enviado por Frederico Milkau em 16/11/2017
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