O ALTO PREÇO DOS PARASITAS SOCIAIS

Uma análise comparativa entre produção, remuneração e ofício

PARTE 1 DE 3

*Por Antônio F. Bispo

S-O-C-I-E-D-A-D-E! Parece que muitos não entendem o sentido dessa palavra. Outros entendem, e se aproveitam servindo-se dos benefícios desta para uso pessoal, sem nada produzir, sem nada dar em troca, sem nada fazer para ter benefícios de um cidadão, vivendo de modo antagônico ao que deveria ser o papel de um cidadão, e assumem assim, os 3 estágios para desmonte ou desordem social: primeiro atuam como parasitas, sugando as forças vitais de um organismo enquanto esse ainda permanece vivo; depois como abutres, começam bicar suas vítimas enquanto estas estão agonizando, enfraquecidas por doenças, falta de recursos, pelas feridas ou pela fome e dão seus últimos suspiros; depois agem semelhantes a vermes que se alimentam de corpos em estado de decomposição, se proliferando ao milhares, comendo e defecando no mesmo local, tornando podre e mal cheiroso o ambiente onde vivem, infectando assim outras estruturas biológicas ao redor.

Assim alguns tem se comportado. Acreditam ou fingem ser cidadãos, serem partes de uma sociedade, só por que estão inseridos em uma, porém em nada contribuem para serem dignos de tais títulos, vivendo apenas dos benefícios que esta lhes proporcionam, tornando cada vez mais difícil, laboriosa, fatigante e por demais estressante a vida de quem realmente produz ou sustenta as estruturas sociais.

Tais indivíduos exigem ordem, mas são desordeiros. Querem progresso mas são preguiçosos. Esperam que tudo esteja pronto, apenas para deleite e descarte pessoal destes, quando bem entender. São como ferrugens que fazem ruir as estruturas para um bom funcionamento social. São como pragas que faz perder o sono do agricultor. Acham que todos ao seu redor tem obrigações de produzir os recursos necessário ao luxo ou estadia por onde esse passa. Outros ainda acham que é obrigação do estado prover todas as suas necessidades mas não levam em conta que só há direitos onde primeiro foi estabelecido ou cumprido os deveres.

Quando me refiro a produção para o bem social, não me refiro apenas a classe operária, defendido como bandeira por muitos partidos. Entre os que usam a força braçal 8 horas por dia, e os que em alguns poucos minutos conseguem fazer projetos fabulosos usando apenas o raciocínio, ambas as contribuições serão importante para a sociedade, desde que haja realmente um trabalho, e não apenas uma remuneração garantida numa folha de pagamento por afinidade partidária.

Já diz um ditado, que quem não trabalha, dá trabalho. Salvo os inválidos físicos ou mentais, todos os indivíduos que compõem uma sociedade, tem papeis a cumprir, independente do status social que venham a possuir e em muitos casos, até os inválido quando querem, criam meios para serem uteis e não serem um fardo a outros.

Sem distribuição correta de funções, e má distribuição dos recursos produzidos, toda sociedade tende a ser dissolvida, ou vencida por uma outra mais estruturada. Tem sido assim no reino animal e tem sido assim desde que os homens começaram a se agrupar para melhorar suas chances de sobrevivência. Esquecer esses princípios é aceitar o estabelecimento do caos. Entregar tudo nãos “mãos de deus” para que ele resolva, ou achar que tudo de ruim que acontece no mundo é sinal da vinda de um Jesus, é outra grande idiotice que gente alienada costuma fazer. Terceirizar nossas responsabilidades é tão infantil quanto esperar que seres do imaginário coletivo venham resolver problemas que criamos ou nos tornamos omissos.

Não proponho em argumentos como esses, impor ideias semelhantes às do socialismo ou coisas do tipo. Não há sistemas perfeitos, quando boa parte dos indivíduos não entendem ou não cumprem seu papel, e acham que pelo simples fato de terem nascidos e encontrado uma sociedade já em andamento, todos os indivíduos anteriores a eles, que “os trouxeram” a esse mundo, tem a obrigação de sustentá-los e prover todos os seus desejos. Outro grande problema desse tipo de sistema, é que quando o poder do estado fica concentrado apenas no governo, as pessoas tem suas liberdades cerceadas, e passam a viver como ratos de laboratório sem perceberem. Tendem a viver de forma mecânica e vegetativa. Isso não é viver, é apenas sobreviver.

Se ressurgissem do nada, os grandes personagens que há dezenas de séculos ajudaram a construir a ideia de sociedade e da política, ficariam confusos com a situação atual hoje em dia, e entraria em choque ao perceber, que quem nada produz em certos casos é quem mais se beneficia da sociedade, e que a política se tornou um meio para obtenção maximizada dos esforços coletivos para fins pessoais. Iriam perceber sem dificuldade, que em algumas sociedades, a exemplo da nossa, se aproveitar da boa vontade, da ingenuidade ou da inércia da maioria é uma arte aprendível, ensinável e louvável entre muitos, principalmente os que se consideram elites. Quanto mais “esperto” você for, mais te colocarão no pedestal.

Apesar de constatarem isso, os tais pais da política, talvez não ficassem tão surpresos, pois praticamente em todas as civilizações já conhecidas, os “espertos” e a “nobreza” sempre se beneficiaram dos recursos coletivos para fins pessoais, e as sociedades sempre tiveram de levar nas costas famílias inteiras de governantes e de seus amigos mais chegados, suprindo-os com aquilo que havia de melhor de recursos coletivos, enquanto os tais, recompensavam o povo com escravidão ou tratando-os como meros objetos descartáveis. Quanto a isso, apesar ter sido construído termos como “democracia” para dar uma falsa ideia de que o povo estar no poder, percebe-se de longe, quem fica com os recursos produzidos e quem fica com o trabalho duro.

Nesses moldes atuais de parasitismo disfarçado de boas intenções, grupos políticos não tem sido formados como meios de evitar ou resolver mazelas sociais nem tão pouco de ajudar os 3 poderes a gerirem os recursos públicos de modo justo, antes sim, tem-se formado aos montões grupos políticos novos para “mamar nas tetas” da sociedade, ou antigos políticos tem procurado a todo custo se manter no poder, não pela função real do que deveria ser a política, antes sim, para se beneficiarem de modo particular, protegendo a si mesmos, suas propriedades, ou adquirindo de forma ilícita, o maior número de recursos possíveis enquanto pagam de gente boa. Quantos mais partidos políticos são criados, mais desvios de recursos acontecem. Tudo isso é perceptível, visível, e abertamente escancarado para quem quiser ver, mas pouco ou nada se faz para mudar, pois como no sistema religioso, criou-se a falsa ideia de que quem se autoproclama líder político se torna um intocável como os negociantes da fé, e protegido por seres metafísicos.

O povo sem perceber, estar financiando aqueles que serão seus algozes e não seus libertadores. Estamos pagando para sermos enganados. A ideia de fundo partidário com recursos públicos tem sido mantida a todo custo, para que o povo financie a estadia de parasitas sociais enquanto os tais pagam de moralistas e promotores do progresso. É como se você comprasse um revolver á prestação, e entregasse sem perceber para um bandido matar alguém de sua família. Além de perder o ente querido, você vai continuar pagando o valor financiado do objeto que provocou aquele prejuízo, além de permitir que outras mortes aconteçam com aquela ferramenta. Em outras palavras, somos os que financiam nossos próprio carrascos, em troca de migalhas oferecidas antes, durante, ou depois de períodos eleitorais, e quando pelas relações corruptivas confundimos amizades com oficio público. Um jantar em casa de político, um tapinha nas costas, um abraço no meio da feira, um saco de cimento, uma promessa de propina...cada um tem seu preço. Outros porém tem valores e não se vendem por nada.

Outro grande problema social grave que enfrentamos, é o fato de pouca gente perceber que de certa forma não deixa de ser um estilo parasita de ser, a remuneração de alguns ofícios nos setores públicos e privados, se compararmos a quantidade de horas trabalhas de um indivíduo em relação a outro e o valor final das horas trabalhadas entre ambos. Há certos pontos nesse sentido que precisam serem reanalisados com urgência. Boa parte dos valores pagos nos órgão públicos, correspondem a relações de apadrinhamento, onde duas ou mais pessoas concordam que tem o direito de usarem recursos públicos para fins pessoais, em troca de proteção, silencio, ou estratégias políticas. Tais desigualdades de remunerações por função ocorrem principalmente pela falta de ação da maioria, pela concordância silenciosa, ou pelo fato de desde muito cedo os cidadãos crescerem achando que isso é normal.

Criou-se a falsa ideia de que pelo simples fato de que alguém ter levantado bandeira em campanhas eleitorais, por terem convencidas outros(trouxas) a votarem em determinado candidato, ou por que sabem que determinada pessoa conhece muitos podres de pessoas ligadas a administração pública, podem usufruir de altos salário em funções que não lhe competem, ou pior ainda, de terem seus nomes inclusos na folha de pagamento sem nem sequer trabalhar. Tem sido plenamente aceitável esse tipo de comportamento e isso precisa ser mudado com urgência. Em nossa sociedade, levantar bandeira, defender gente mentirosa, e convencer outros a fazer o mesmo, é como uma apólice de seguro premiada, em que você pode usar seus benefício, mesmo sem ter sofrido sinistro algum.

Nesse tipo de “investimento” o sujeito trabalha apenas 3 meses para um candidato em período de campanhas tendo a plena certeza que vai ser beneficiado por 4 anos com os recursos públicos. Favores de campanha devem ser pagos por quem os contratou, com os recursos pessoais destes, e não usando a máquina pública! A esperança de parasitas desse tipo se renova a cada período eleitoral. Nesses casos, não importa se o candidato em questão é bandido, corrupto, que tem um histórico de crimes gigantesco, ou se explicitamente já deixou claro o que de mal vai trazer para o povo. O que importa é uma promessa pessoal, que será paga com o dinheiro do povo. Abutres carniceiros! A maioria dos que agem assim, pagam de homens de bem, servos de deus ou pais da moralidade! Em países subdesenvolvido esse é um dos modelos de negócio mais lucrativo que existe. Que digam isso os grandes homens do cimento, da proteína animal, e todos os demais que em cada canto desse país vivem a ostentar com o dinheiro do povo por que apoiou esse ou aquele candidato.

Nos casos de quem realmente produz algo útil a sociedade, bem verdade é, que se não fosse pelo incentivo de uma remuneração maior, muitos não iriam se dedicar aos estudos e aperfeiçoamento de carreira se todo mundo ganhasse o que todo mundo ganha, e a sociedade estagnaria no que diz respeito as tecnologias e ciências que tornam cada dia a vida mais fácil e o aproveitamento de recursos e interação com o meio ambiente, mas ninguém é cego também para notar, que em vários setores, a diferença de salário é gritante, não pela competência do indivíduo, mas por apenas um título (as vezes comprado ou conseguido de modo não convencional), que este possui. Honrar o mérito é uma coisa. Honrar compromissos de campanhas eleitorais por que foi favorecido com X quantidade de votos ou apoio financeiro é outra coisa bem diferente.

Depois batem nos peitos e dizem que se preocupam com o povo. Quando seus candidatos perdem, tais pessoas “influentes” passam os próximos 4 anos, apenas vivendo em função de atanazar a administração do gestor eleito, espalhando todo tipo de calunias, e criando do nada, informações que de tão falsas podem ser vistas e comprovadas por qualquer um, mas mesmo assim se espalham de boca a boca com a velocidade da luz apenas o lado ruim de toda conversa. Sanguessugas disfarçados de benfeitores! Criticar uma administração por que essa estar deixando a desejar naquele objeto de crítica é uma coisa, “meter a lenha” e infernizar a vida de toda uma sociedade com informações fabricadas, só por que aquele que te fez promessas fabulosas não cumpriu tais promessas ou perdeu as eleições é outra coisa.

CONTINUA...

Texto escrito em 5/10/17

*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.

Esse artigo é parte de um livro em andamento.

Ferreira Bispo
Enviado por Ferreira Bispo em 05/10/2017
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