Sobre a "felicidade"
Felicidade...
Palavra tão profunda... parece incomensurável, inalcançável, intocável como uma nuvem gigantesca de puro ar. É como um sonho quase impossível ou tal qual o enigma que guarda todo o universo. Aparenta um sábio que se mostra raramente a uns poucos escolhidos ou uma estrela que brilha muito distante.
Alguém poderia dizer que ela tem o jeito daqueles personagens imaginários que gostaríamos tanto de ver, igual as fadas e o gênio da lâmpada mágica que realiza todos os desejos, mas que somos crescidos demais para acreditar que existem. Só as crianças acreditam nessas coisas... (talvez seja por isso que elas parecem mais lépidas que nós.)
Felicidade me lembra uma lagoa translúcida, limpa, cheia de peixes coloridos. rs.. É uma visão de algo infinitamente belo. Algo que transcende o que é meramente humano... Nós sabemos disso porque estamos sempre procurando por ela.
Ela é um sorriso da alma, por vezes discreto, tal como um afago eventual, intermitente... Ela é aquilo indefinido que completa o que estava faltando e que aqui só podemos sentir por partículas de tempo, apesar de podermos contemplá-la ininterruptamente. É conjugada, essencialmente, no presente do indicativo do verbo ser: felicidade "é". Ela dispensa a instabilidade do "talvez" e do "quase". Isso a torna real e atingível.
Algo me diz que ela é o nosso elo perdido, é o anjo que nos sorri de vez em quando, é uma parte de nós. A incompletude é sintoma de saudade dela. Deve ser por isso que buscamos tanto encontrá-la. Seus arroubos nos enternecem a vida e no seu canto vislumbramos a melodia do significado de tudo.