O Aniversariante Errando o alvo

O tempo natalino é um tempo de reflexões profundas acerca de uma humanidade que caminha com os pés fincados na História. Esse tempo na verdade é ideal para analisar pontos fortes e fracos que surgem ao longo da caminhada. Nesse momento damos uma grande prioridade aos detalhes, pois, Deus e o Diabo fazem residência nele, diz sempre o historiador alemão Aby Warburg.

Assim, nesse tempo, paramos de trabalhar e priorizamos gastar o dinheiro tão sacrificado em comprar presente a amigos ausentes e parentes distantes. Preparamos-nos para viajar longe em outros Estados ou até mesmo países, se a condição financeira favorecer, queremos rever os parentes que andaram ausentes de nossa vida por um longo tempo, mas perdemos em meio a tanta correria a pessoa mais importante da festa.

Naturalmente, ao compararmos os preços dos presentes, Ele ficou no último lugar. Em nossa agenda Ele não era uma prioridade, pois era mais importante a festa, o Papai Noel e outros pontos insignificantes da ocasião. Onde toda humanidade, razoavelmente erra o alvo pretendido com todo o cerimonial que é preparado para Ele.

Isso revela um dado importante, um mundo em crise conforme pensa Zigmunt Bauman com seus livros, ganhou total liquidez que dominou as cenas cotidianas. Essa liquidez relativizou as prioridades das ocasiões festivas, em especial o Natal, em que o Cristo divino ficou em último lugar na vida das pessoas, e o Cristianismo Ocidental se tornou um aspecto apenas cultural.

Versando ainda sobre o assunto, a figura do Aniversariante que deveria ser a figura principal da festa, apenas desaparece. As pessoas se perdem facilmente sua atenção Nele, só lembram-se Dele apenas em épocas de crise existencial ou financeira, o verdadeiro Alvo foi perdido, uma perda e um prejuízo enorme, nenhum presente pode lhe substituir.

E com o Cristo esquecido, o cerimonial fica incompleto e incerto, pois, ainda falta algo para preencher, o vazio existencial que toda humanidade tem. Essa Presença contagiante de Cristo em nossas vidas faz com que muitas coisas realmente mudem, inclusive as existenciais. A sabedoria do poder desaparece, onde resgatamos a nossa perdida humanidade com a humildade do Cristo.

Realmente surge uma pedra com uma pergunta no meio do caminho. Onde encontrar o Cristo em épocas como a Páscoa e Natal? O responsável pela resposta, não é o colunista, nem o editor, mas sua própria consciência. É preciso voltar a um lugar, a um livro de capa preta, a “BÍBLIA”. A humanidade perdeu suas origens, perdeu o mapa certo e procurou outras veredas para suas vidas.

Sabiamente, esse esquecimento insiste em controlar nossas decisões claras que são construídas á medida que a necessidade comparece, a ausência não pode ser confundida com o fracasso moral que a humanidade resiste ao falar suas realidades particularizadas. O esquecimento é uma demonstração de uma leitura ausente que retrata sua queda infeliz no Éden.

Assim, o Aniversariante ainda procura espaço certo nos corações, mas com uma educação refinada, Ele apenas bate na porta, querendo obter um espaço certo que cada ser humano deve dar. Tal serenidade requer sabedoria para dar uma continuidade permanente.

Realmente a cada Natal, o Cristo fica na espera de que as pessoas deem o espaço para o nosso Aniversariante que a cada ano renova o pacto com a humanidade, á medida que a velhice chega na vida das pessoas. O Cristo espera que a humanidade tome a decisão certa.

Inevitavelmente, a força da decisão depende exclusivamente em olhar para o Aniversariante, e nada além do frio da existência que se compete em favorecer os interesses escusos de uma memória esquecida de um passado distante, essa singularidade remonta uma pergunta: O que foi realmente esquecido?

A singularidade de Cristo, responde a pergunta acima referida, as pessoas materialistas e capitalistas deixaram o Cristo Singular em uma nota pequena e bem diminuta em lado da agenda. O capitalismo dominou a cena e tirou o Cristo do espaço central.

Nunca considera uma introdução uma resposta única. A nossa resposta deverá ser no mínimo dupla. Meu caro leitor, você deve prestar atenção aos detalhes, pois neles residem as respostas adequadas para suas dúvidas, essa alegação inaugura assim nossa primeira parte da resposta.

Talvez entender essa primeira parte é complicado, abrir um novo caminho, cabe ao leitor interpretar essa coluna como um alerta, é necessário priorizar o Aniversariante e dar a Ele seu lugar devido á medida que o mundo permanece em uma crise sem fim. Essa crise só tem fim quando a humanidade encara essa realidade da dimensão espiritual.

E agora cabe uma releitura de tudo que foi acima mencionado, e necessário recuperar o Cristo que foi esquecido, e encontrá-lo no local adequado nesse Natal, e parta para a grande prioridade da festa não a outros detalhes de menor importância , que nada valorizam o Aniversariante , o Natal em si mesmo , não é nada sem a presença ilustre do Aniversariante. Caro leitor não deixe de ouvir a música ‘A grande Procura’ de Cícero Nogueira.

JessePensador
Enviado por JessePensador em 01/08/2017
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