Eu

Eu,

Roma negra,

vazia e bela;

silencio cinza,

sem rosto:

roubada é

minha face;

desenho letras,

ainda ando

pelas cidades

vazias

são minhas mãos;

arranha céus

de isopor,

noite de fraca luz,

silêncios

de cães que ladram;

alegria de papel;

estátuas sem vida

vagam

num paraíso infectado

pela própria sorte.

em minha alma

o deserto

é o caminho

desses versos.

escrevi sonhos

sem nada

vivi em seu vazio,

o abandono

dos meus dias;

morro

em meus lugares,

aqui serei a sombra

o risco do isqueiro

que raspa

pelos asfaltos,

feito dentes e unhas;

ando atras da luz;

continuarei

por essas cidades

sem que ninguém perceba

quando chego,

quando vou.

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 08/07/2017
Reeditado em 08/07/2017
Código do texto: T6049120
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