Medos
 
 
Nunca fui o que se possa chamar de uma mulher valente, pois sempre tive medos, alguns até tolos e pueris (medo de sentir dor) ou medos fóbicos (medo de altura),acho que o destemor, é algo quase  intangível, mas conheço pessoas bem audaciosas.

Creio que sentir medo é algo inerente a espécie, pois sem ele talvez, a humanidade não tivesse chegado até aqui. O medo impede que se cometam alguns desatinos, tais como: pular precipícios e entrar na água sem saber nadar. Claro, que o medo tem que ser vencido, pois senão ele nos impede de tentar e errar, e somente errando é que aprendemos e evoluímos.

Há quem sinta medo de viajar de avião, medo de barata, medo da velhice ou o tão exaltado medo da morte. Este último, confesso, não me assusta claro que não quero morrer, mas sei que não sou eterna, então minha passagem tem que ser a melhor e mais profícua possível, para quando deixar este mundo, e na iminência de outros mundos, outra dimensão, eu possa vislumbrar algo de bom que vivenciei; caso contrário, registro aqui minha vida em atos e fatos que valham a pena serem lidos ou revistos pelos meus entes queridos e meus amigos.

O medo que assinalei acima traz vertentes profundas de uma ansiedade, que se for exacerbada pode prejudicar a vida no dia a dia, tolhendo novas relações e podando o amadurecimento como um todo. Casos patológicos de medo são tratados por profissionais da área (Psicólogo e Psiquiatra), para que a vida ativa não se torne um medo constante de se envidar a desafios simples, mas que para uma pessoa acometida por transtornos, que nem consegue por vezes sair às ruas, é algo impensável.
 
Algo que podemos fazer para amenizar nossa situação de sentir medo é enfrentar e se dedicar a buscar saber de onde vem a origem do medo que sentimos, certamente, recairá em lembranças de fatos, alguns dolorosos e desconfortáveis, que nos causaram este sentimento que nos paralisa.

Tomando-me como exemplo, já entendi como desenvolvi certos tipos de medos, e alguns consegui superar, outros, por falta de vontade ainda não consegui enfrentar, mas sei que o caminho é este, e  nem sempre é agradável adentrar em meandros tão delicados e espinhosos como as carências e rejeições, mas vale o contato com tais situações, se o resultado te permite viver mais livre e em conformidade com o que sente, deseja e  acredita.



Enfim, medo existe e não adianta ignorá-lo, pois à medida que se avança em sua direção, um horizonte de possibilidades se abre, e nesta podemos encontrar uma vasta riqueza emocional, que o medo encobre com suas fantasias e pensamentos distorcidos.
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 05/06/2017
Reeditado em 27/09/2018
Código do texto: T6018835
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