O valor de um relacionamento

É estranho colocar na mesma frase: "valor" e "relacionamento". Uma vez, que um é baseado na materialidade racional e outro, na subjetividade emocional. Mas em um momento, que o mercado financeiro/ consumo, é mais presente do que nunca na vida das pessoas, cabe uma tentativa de aproximar, senão em significado, mas em metáforas que façam um paralelo entre os dois mundos.

É um fato, que o sujeito não pode ser mensurado e logo, atribuir um valor à ele. Ainda assim, em nenhum momento perdemos essa balança que pesa as pessoas, rememorando o Deus egípcio Anúbis, que pesava corações e só liberava a passagem para a morte, se este fosse mais leve que uma pena.

E se aprofundando nesses pesos e medidas imaginários, chegamos à famosa lei do comércio: "Oferta e procura". Não estou mercantilizando às relações, mas ainda baseamos muito do que sentimos pela disposição de alguém se ofertar ou pela procura que recebemos. Hipo e hiper valorizando expectativas.

E assim, os sentimentos então entram numa relação financeira de mercado. Quando as ações caem, qualquer um adquire por um baixo risco. Mas se as ações sobem, não apenas o risco aumenta, mas apenas quem realmente é capaz de investir, adquire. Ainda assim, ações em alta, lucros maiores, ações em baixa, lucros menores.

E assim fazemos de acordo com nossa autoestima. Nos doando de graça e sem risco à qualquer oportunidade por pior que seja, quando a estima cai e selecionando bem quem entra, quando a autoestima sobe. As vezes, investimos demais em algo imprevisível e nos deparamos com a quebra da bolsa e de nossos corações também!

É certo que ninguém pode comprar ou vender uma emoção, mas a forma como a projetamos no mundo, acaba por criar um valor imaginário. Mesmo valor imaginário, que um dia atribuiu importância à uma moeda.

A importância que damos as coisas, sejam materiais ou emocionais, atribui o valor que elas tem (ou que julgamos ter). Não aposte seu coração (Curiosamente, um eletrocardiograma é muito parecido com os gráficos da bolsa de valores). Não faça investimentos loucos que possam lhe tirar tudo que tem. E nem seja, prudente demais, para que o que tem de mais valor, fique estagnado. Sempre voltamos à balança e com ela, a necessidade de equilíbrio.