Abençoado amor




Fim de tarde...
Um pássaro voando sozinho sempre me chamou a atenção,
gosto muito de ver. Às vezes, o meu olhar o acompanha
Quando o seu pouso é mais raso,
No final do voo ele se perde por entre as folhagens,
Mas eu não desisto, apertando os meus olhos,
Fico filtrando, roubando sua cena, através da copa da árvore que
fica à frente da janela, e bem no fundo escondido
eu o alcanço, alguns outros juntam-se a ele,
Daqui a pouco é uma cantoria, num delicioso alvoroço,
próprio do final de mais um dia, deles.
Depois se forma um par deles, que desfila no céu, voa e volta!
Como é lindo o amor.
O amor é um tesouro inviolável
que enfrenta desafios
Mas não acaba nunca. Que emoção! Junto-me a eles,

Não canso de me encantar com os seus voos.
O amor, vai somando os nãos em seu percurso,
Mas não desiste, apenas se recolhe, se resigna.
                      ... Assim pensando ...
Ela releu tantas antigas mensagens e encheu-se duma ternura,
Sorriu para o amor que sentia dentro dela mesma,
Sorriu para os voos  daqueles pássaros, refletiu um pouco,
Decididamente
Ela jamais apagaria nenhuma daquelas mensagens,
Era a sua mais linda lembrança dele.
E quatro anos já se havia passado,
A recordação de cada ilusão por ele, a alimentou,
Embora não tivesse mais qualquer esperança
de nada mais ter com ele, nem de um dia poder conhecê-lo,
O amor que ela conheceu através dele,
era o bastante para que ela o guardasse para sempre
dentro de seu coração que por ele suspirava.
Ah tão abençoado amor!



 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 22/05/2017
Reeditado em 22/05/2017
Código do texto: T6006381
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