Ensaio sobre alienação e reflexão

A alienação, como escreveu um monumental filósofo rebelde (Marx), é “A perda de identidade.” O indivíduo não reconhece – não lhe é possível reconhecer – uma identidade que possa defini-lo. Logo, não pode conhecer aquilo que está fora de si (externo a sua identidade.) Deste modo, o indivíduo alienado passa a viver como um bebê: dependente, totalmente, da intervenção do outro. Esse conceito de alienação, a priori, pode parecer distante da realidade atual. Porém, observando os meios de comunicação – internet, jornais, televisão etc. – notamos o contrário.

O turbilhão de pessoas proferindo ideias (comumente encharcadas pelo senso comum) acontece com frequência no mundo contemporâneo. Os principais meios de propagação são a televisão e a internet – sendo mais interno nesse. E tudo isso é fruto de ignorância de quem as propagam, diariamente. Ou seja, é fruto de alienação [coletiva]. A falta de leitura, de reflexão, de investigação dos fatos, produz um “rebanho orientado”. Todavia, esse rebanho tem como bússola, orientação, lobos. E esses predadores têm apenas um objetivo: levar o rebanho para o mais profundo abismo.

A livre reflexão é a base para qualquer sociedade. Sem ela, as pessoas são tomadas por um ódio irracional umas pelas outras. Além do mais, o ódio é resultado direto da ignorância dos fatos. Por isso, exteriorizar que o questionamento – a dúvida – precisa ser o centro das relações humanas, retira o cavalinho alienatório da chuva. Deixando, assim, que os pingos molhem apenas o chão. A partir disso, as pessoas não poderão mais se divertir no cavalinho. Agora, elas poderão olhar ao redor e notar as características que as unem. Quebrando, pois, o ódio.

dux Cheshire
Enviado por dux Cheshire em 20/05/2017
Código do texto: T6004563
Classificação de conteúdo: seguro