O desenrolar da energia do fogo em Áries, Leão e Sagitário

Os quatro elementos da natureza, pensados desde a Antiguidade, são símbolos para os estados da matéria. Estes estados são arranjos vibratórios distintos, a elencar e correlacionar com os quatro elementos: plasma -"fogo"; sólido - "terra"; gasoso - "ar"; e líquido -"água".

Sabe-se que o planeta Terra teve início material a partir de parte da nebulosa solar (fogo) que se desprendeu e que veio a se solidificar (terra), a formar gases/atmosfera (ar) e por fim, líquido (água). Este foi o processo de formação do planeta e corresponde à sequência dos elementos ao longo das constelações do Zodíaco que compõem a energia cósmica que ressoa com os processos da Terra, dos naturais aos sociais e individuais (campos onde o arbítrio é soberano diante até mesmo de tendências energéticas e, lembrando, o sujeito sempre se atrai ao momento de nascimento que mais se afiniza ou busca em termos de aquisições evolutivas, mas este é outro assunto).

Há uma elaboração (trabalho) da energia e uma lição espiritual de Áries a Peixes, mas também se pode fazer uma análise em separado, nos trios de cada elemento, o que faremos com os signos de fogo, de forma técnica mas também poética, pois o conhecimento da Astrologia é composto também de metáforas, alegorias e imagens.

Fogo representa o poder de criação, expressão, ação exterior, é uma energia essencialmente masculina (Yang). Advirto que não existe signo melhor ou pior que outro, cada um encerra um ensino e a energia a ele relacionada tem uma função insubstituível no mundo. Cada signo representa uma potência e tem algo a nos ensinar. E, é sempre importante lembrar, todos possuem no mapa astral a presença dos demais signos; o signo solar (o mais popularmente conhecido) é apenas um aspecto.Então, comecemos!

Em Áries - o primeiro do Zodíaco, o iniciador - nasce a chama como sempre surge o fogo: de forma impulsiva, direta, viva, rápida e irrefreável. É o signo cardeal do fogo, de energia direcionada agudamente e inexorável, é, por exemplo, a força da Primavera (hemisfério norte) que chega independente do rigor do Inverno que antecedeu, levando a florescência e despertando os instintos reprodutivos dos animais silvestres, a inspiração de vida nos homens. É a alegria do nascimento e da chegada de um filho desejado. Na constelação, os homens projetaram a imagem de um carneiro (na mitologia grega, era o velocino de ouro, com lã composta por este metal valioso tornando o único e preciso, simbolizando a individualidade, outro aspecto ligado à Áries), representando uma inocência e também uma certa agressividade: o animal briga com os de sua espécie batendo a cabeça. A energia relacionada a isso é a visceral, franca/honesta e direta, do guerreiro que vai a luta, do impulso de ação e de sexualidade com vivacidade. A ação ariana é aguda, mas cessa, o carneiro sempre retoma a tranquilidade. O signo é conhecido, no geral, pela ação por vezes explosiva (o tempo de surgimento do fogo), mas também por não guardar rancores e mágoas. Regido (tem semelhança vibratória) por Marte, o planeta batizado por sua energia correlata ao deus greco-romano da guerra (Ares na versão grega). O arquétipo do guerreiro que vai à luta e o poder de iniciar fazem parte do contexto ariano. Se o nascido sobre o auspicious deste signo se posicionar negativamente diante desta energia, pode se tornar um agressivo irrefletido, alguém com impostura e inflexibilidade e/ou desmedidamente impulsivo. Se positivamente, um vanguardista, um iniciador de projetos, um guerreiro incansável. Exemplo de ariano: Chico Xavier. Com força e sempre seguindo, psicografou mais de 400 obras e 10 mil cartas, exercendo tarefas de caridade, divulgando o Espiritismo.

Já em Leão, o tempo do fogo é o da chama que se tornou constante, é o signo fixo deste elemento que se apresenta, por exemplo, como o auge do Verão (hemisfério norte). A energia do fogo, outrora impulso ariano, agora constantemente fortalece o eu que, por isso, emana uma “luz” - sem relação, necessariamente, com evolução espiritual. O leonino irradiante, tal qual seu regente, o Sol, chama a atenção para si, é visto, é rodeado. Relacionado com a doação, tal qual o astro rei de nosso sistema que fornece luz e calor aos demais astros, Leão reparte sua alegria e auxilia sem se prejudicar. O palco e a expressão artística são canais que viabilizam seu brilho e potência criativa. A liderança é natural, a justiça e a ligação com crianças estão em enfoque. O leão é imagem de força, poder, coragem, autoconfiança, proteção (inclusive de se grupo). Porém, se polarizado em negatividade, o leonino pode se tornar arrogante, orgulhoso, prepotente, egoísta, egocêntrico, dominador, vaidoso. Na mitologia grega, o Leão de Neméia aterrorizava uma região até que Hércules (ou Heráclito) o derrotou depois de muito persistir: a pele do animal era muito rígida e impenetrável às armas. Depois, o herói filho de Zeus, passou a usar esta pele como proteção no combate a outras criaturas míticas. Simbolicamente e psiquicamente, a pele é o que determina o contorno de nosso ego em distinção com o exterior (ambiente). Desta forma, a força do ego de leão pode estar expresso metaforicamente em sua pele espessa, resistente, dura. Positivamente, o leonino é expressivo, carismático, generoso, compartilhador, justo, alegre, defensor de outrem, otimista, artístico. O arquétipo do herói e do cênico (ator, cantor) são representativos do signo. Exemplo de leonina: Madonna. Tida como uma grande performer, uma das maiores divas, carreira estável e bem sucedida. Possui uma canção chamada “Express Yourself”.

Chegando ao final do processo do fogo, temos o signo de Sagitário, onde o elemento em seu caráter mutável está localizado na finalização do Outono (hemisfério norte) e a transição para outra estação. Outrora condensado no eu leonino, o fogo agora se lança como uma flecha disparada por um arqueiro em uma direção. Na mitologia grega, a constelação é referida a Chiron, um centauro com sabedoria (ao contrário dos outros, bestiais) e dons medicinais; foi tutor de príncipes e heróis. A imagem de um centauro - meio cavalo, meio homem, de base animal, tronco e cabeça humanos e com seu arco apontando a flecha para o alto ou para as estrelas, isto é, para um ideal, para algo maior - simboliza a conjugação de forças impulsivas, humanas e divinas. É o signo da Filosofia e da Religiosidade. A liberdade e a galopante busca, a meta a ser atingida, caracterizam o signo. Os frutos outonais são os filosóficos, colhidos do labor da procura humana, libertadores de consciências: são algumas das dádivas desta potência. E com dádivas, seu regente, o planeta Júpiter, bem se afiniza. Na mitologia, Zeus - Júpiter na versão romana - foi o libertador do jugo do pai tirânico e devorador, concedia bênçãos e soluções, inclusive para os demais deuses olimpianos que reinava e dos quais era, de muitos, o genitor. Nessa referência de uma certa superação da bárbarie, temos os arquétipo do mestre que indica algo melhor e mais benéfico, do pai bondoso. Se polarizados negativamente, a posição em Sagitário pode apresentar certa libertinagem e descompromisso ou obstinação cega com algo buscado. Positivamente, o espiritualista, o humanitário, o benevolente, o viajante em busca de experiências e culturas, o doador, o comediante equilibrado, o divertido, o engajado social e político, o professor, o sábio. Exemplo de sagitariana: Jane Fonda. Envolveu-se no combate à guerra do Vietnã e na luta pelos direitos cívicos dos índios nos Estados Unidos.