Ensaio auto analítico sobre Id e não Poder – ou “Nietzsche, Freud e Sócrates entram em um bar...”

As ideias vêm, vão e voltam; mas a impotência é a mesma. A vitória do Superego sobre o Superman. Quanto esforço é necessário para tornar-te quem tu és? Como saber se é o isso ou o ego falando? As ideias vêm e vão – isso é mais forte do que eu! Mas se penso, não falo, não faço, logo não existo, desisto... E se insisto, me vejo perdido entre a Vontade (de Potência) e a inabilidade que me estapeia a cara.

A resposta: Conformismo ou esforço? Trabalho ou inércia? Negativo, Reativo, Passivo ou Ativo; de que adianta, se o pé não encontra chão onde pousar? Esforço compensa ignorância? O que vale mais: a intenção ou a atenção? Ser dedicado não significa ser hábil, tão pouco hábil significa ser sábio. (Ouço uma voz: “Eis que te apanho, niilista!”). As artimanhas da linguagem – velha embusteira! Me convêm, me confortam, me iludem a ponto de não querer mais ser o que tendo à me tonar; o que já sou agora, basta. O jogo de palavras, pois, é a expressão linguística da razão inadequada.

Detesto admitir que me entreguei... E apelei covardemente à retórica, o botão vermelho dos fracos. O Escravo transvestido de Senhor. Sou um anão na terra de gigantes, escalando seus membros montanhosos, fincando minhas garras em migalhas de Poder. Finalmente, no cume do colosso, a vista é melancólica; pois evidentemente nunca a conquistarei. A não ser que... Me atrevo? E se esta vista, que tanto seduz, não fosse a real? O segredo para ser o rei do mundo, é moldá-lo – por exemplo – do tamanho ideal para um anão e inconveniente para um gigante. Quanto mais gênios, menos gênios – o extraordinário ordinário. A verborragia é mascara, não aquela que cobre a cara, mas a cada momento fala – sem palavras...

Não me tente – exclamo ao superego – com esses valores superiores fantasmagóricos. O fato é que estou fraco, mas não sou escravo de ninguém (isto vale para você, Ego corrompido). A afirmação virá. Sim! Triunfante. Não obstante, não me resta apenas ambicionar esperançoso. É na guerra que se encontra a paz – existe o poder de curar mesmo no ferimento... AMOR FATI.