Escuta e espera...

Se em algum dia estivermos atentos e pressentirmos que alguém de nós se aproxima e deseja, sem necessariamente falar, expor seus sentimentos, emoções e dores, saibamos que nos cabe apenas e tão somente ouvir.

Pode ocorrer que muito seja dito numa falação desenfreada ou, apenas sobrevenha o silêncio traduzível e necessário para aquele instante, talvez acompanhado de lágrimas contidas ou de um choro compulsivo, recebamos.

Nos acautelemos para, em respeito, não desfiarmos de pronto uma velha cartilha de conselhos e soluções prontas, pois quem dá o tempo é sempre esse outro.

O íntimo de quem nos confia uma janela para suas sombras é sagrado, conhecer as nossas próprias entranhas nos aproxima de uma melhor e mais humana compreensão das gritantes semelhanças que nos une.

“Compaixão não é um relacionamento entre o curador e o ferido. É uma relação entre iguais. Somente quando conhecemos bem nossa própria escuridão podemos estar presentes na escuridão dos outros. A compaixão torna-se real quando reconhecemos nossa humanidade comum”. ( Pema Chödrön )