RESPONSABILIDADE E ENGAJAMENTO SOCIAL

Imagine se não existisse nesse mundo pessoas que fogem de qualquer padrão e estereótipo? Imagine um mundo sem seres humanos que nunca se insurgissem contra as injustiças sociais? Felizmente, ainda há pessoas que disseminam suas idéias e esbanjam atitudes que tem grande peso, quando o que está em jogo é a melhora das condições culturais e econômicas de um povo.

Pessoas assim são necessárias, pois são estas as que mais incitam outras a não se conformarem com a banalidade e com a covardia de se tornarem um mero anônimo perdido numa multidão massificada! Muitos podem chama-las de loucas ou rebeldes, mas pior do que ser louco ou rebelde é ser covarde; e a covardia, assim como o conformismo, tão comum em nossos dias, é o mal de nossa época...O conformismo é, sem dúvidas, um mal justamente porque nos aprisiona, nos impedindo de entender o quanto somos a todo momento roubados e moldados apenas para satisfazer o ego daqueles que não estão interessados em legitimar a justiça e melhoria de nossa condição, seja ela econômica, social ou cultural.

Pior até do que pessoas que reivindicam seus direitos com inteligência e sabedoria, são aquelas que procuram usar da violência como recurso para alcançar seus objetivos; esquecem que há outros meios de brigarem pelos seus direitos ou, no caso de serem avessos a sociedade em que vivem, que há atitudes muito mais saudáveis do que propriamente a agressividade e a intolerância, pois atitudes como essas, extremamente destrutivas, só geram, como resposta a ofensa, mais atitudes destrutivas, a tal ponto que podem se agravar até se tornarem tão reacionárias quanto aquelas que eram anteriormente combatidas.

Muitas pessoas parecem que não entendem (apesar de haver pessoas que se utilizam de certos momentos históricos apenas para extravasarem sua sede de destruição) que não é o ressentimento, o ódio, a agressividade que vão mudar o mundo para melhor; mas antes (mesmo que isso leve muito tempo para germinar no seio de uma nação) a educação e o esclarecimento de um povo; o pensamento livre e compromissado com a realidade de seu tempo; e, por fim, atitudes capazes de expressar com genialidade o nosso inconformismo, como por exemplo, obras que promanam das manifestações artísticas, bem como atitudes que provêm das manifestações pacíficas de protesto...

Sim, são exatamente esses elementos os únicos que são capazes de fomentarem a mudança e com isso melhorar uma sociedade em ruínas e empobrecida de valores; e as pessoas que tem mais coragem para fazer isso são aquelas que vão na contramão das mentiras de uma sociedade que vende as mais descaradas ilusões; pessoas que professam, ao invés do ódio e do egoísmo de suas pretensões, a importância das mudanças como forma de haver uma sociedade bem melhor para todos viverem, uma sociedade onde todos possam ter condições para proporcionarem uma vida melhor àqueles que ainda irão nascer.Isso é o que podemos chamar de cidadania e senso de responsabilidade por uma nação através do engajamento nas grandes causas de nosso tempo!

Quando o homem descobriu que poderia destruir a vida no planeta com a eficácia da tecnologia científica, apenas para mostrar seu poder aos demais, ficou claro o quanto a irresponsabilidade e a falta de compromisso com a vida na terra era a palavra de ordem, pois uma força fora de seu controle estava emergindo, a tal ponto que ninguém conseguia conter as guerras e os pavores dos traumas do pós-guerra.

Essa realidade de destruição através dos ''poderes'' bélicos, sendo tão imperantes nos dias atuais, ainda assombram nossas vidas. As guerras que infestaram os quatro cantos do mundo já fugiram do controle; infelizmente elas surgem apenas para o benefício de poucos, sendo prejudicial para a grande maioria das pessoas, cujo potencial vem a ser a de destruição progressiva da natureza com suas consequências (capazes de serem uma ameaça para todo o tipo de vida existente), fazendo com que muitos vivam sob temor constante de serem aniquilados. Pois o homem chegou a tal ponto de dominação sobre as demais formas de vida, que hoje corre o risco de ser assolado por ânsias incontroladas de destruição. Vivemos numa era onde estupidez humana dita a norma; uma estupidez em escala global.

Na era do pós guerra, o inconformismo era geral: na França as revoluções estudantis, na América Latina as lutas desleais contras as ditaduras e nos Eua a geração hippie revolucionando na forma de se vestir e de pensar.E em nossa época, há movimentos que possam trazer alguma luz para o tempo em que vivemos? A resposta está na enorme quantidade de protestos espalhados não só pelo Brasil, mas pelo mundo, isso é uma realidade global e muito tem a se dizer sobre isso!

Somos a todo momento ameaçados pelo poder reacionário da racionalidade científica que busca controlar as forças da natureza apenas para benefício dos poderosos, mas, enquanto cresce o poderio de destruição e controle sobre a vida, também cresce, na mesma medida, a conscientização da responsabilidade e do compromisso social.Nos dias de hoje há uma luta sem trégua por melhoras, uma realidade presente em todos os setores da sociedade. Entretanto, há sempre uma tensão vivida pelo mundo afora, ou seja, uma luta entre aqueles que reivindicam seus direitos e aqueles procuram mentir essa verdade...Sempre foi assim, mas hoje há mecanismos mais sutis e muito bem elaborados, e que fazem muitos esquecerem de sua mísera condição; sendo assim, sempre é imprescindível que haja pessoas motivadas em ascenderem uma chama que desperte outras a não se conformarem com as fraudes e com a corrupção humana; é, de fato, um compromisso com a justiça e que, infelizmente, pode até custar muitas vidas inocentes!

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 08/02/2017
Reeditado em 08/02/2017
Código do texto: T5906409
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