O BEM-TE-VI

Amada Minha, Flor, Bom dia.

Não acordei agora... acordo cedinho... 03h30min já estou esperando a Luz que vem do Leste iluminar o Ventre Sagrado.

Às 05h00min faço minha caminhada de 30min, isso todos os dias... de domingo a domingo.

Hoje, como em alguns outros dias, após a caminhada recebi um abraço impagável... um roçar de asas... um Bem-te-vi passou por mim e entrou no apartamento da minha filha... conversamos... ele e eu.

Um a longa e benéfica conversa. Peguei nas mãos e lhe mostrei a gaiola onde sempre coloco os filhotinhos que peço ajuda, a quem de direito, para devolver à Mãe Natureza.

O Pássaro quase desmaiou ao perceber a impossibilidade do voo. Vi que ele não se acalmaria e o retirei da gaiola, segurando-o bem perto do coração... ele foi se acalmando até ficar quietinho.

Chamei minha filha e fomos devolvê-lo a liberdade... quando ele vislumbrou a amplidão da Praça Santa Tereza, abriu o bico e cantou... chamando sua/seu companheira/ro... busquei o arbusto mais florido que encontrei e abri as mãos... ele voou se misturando aos ramos da grande algaroba... voltei para casa com o coração leve... e chorei!

Chorei por que não entendo como alguém pode prender em uma gaiola, um ser cuja morada é o espaço sem limites e que no lugar dos braços e das mãos tem ASAS!!!

Adda nari Sussuarana
Enviado por Adda nari Sussuarana em 01/02/2017
Reeditado em 19/11/2019
Código do texto: T5899087
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