A FELICIDADE AUTÊNTICA

Mais importante do que buscarmos à qualquer custo alguns momentos de felicidade, é sermos bons e íntegros; é sermos o que somos independentemente do ambiente em que nós vivemos. A felicidade, de fato, é uma dádiva que só acontece quando somos capazes de amar o próximo como a nós mesmos; uma felicidade sem a partilha do que temos de melhor em nosso ser, se transforma em enfado e insensatez.

Na vida, mais importante do que sermos ''os melhores'' e do que ostentar a profusão de nossos bens materiais, é manifestamos gestos de benevolência no coração da relação que mantemos com outros seres humanos.

Pois a felicidade autêntica não é encontrada nas superficialidades e imediatismos da vida, mas no bem que fazemos pela vida de outra pessoa ou ser vivo. Enquanto vivermos, teremos o desafio de sermos felizes não só com o bem que fazemos para nós mesmos, mas pela vida de quem encontramos ao longo de nossa trajetória existencial. Um ser humano sem empatia e sem sensibilidade para compreender a vida do seu semelhante está fadado a viver uma vida de miséria espiritual e afetiva. Mas quantos estarão dispostos em fundamentarem suas esperanças de felicidade nas verdadeiras e profundas promessas de redenção, em vez daqueles velhos imperativos sociais que motivam grande parcela dos homens a viverem de futilidades?

Sempre desconfio daqueles que acreditam que a aventurança pode ser conquistada através dos prazeres imediatos da vida, especialmente aqueles prazeres que escondem o ser de uma pessoa, prazeres esses que revelam apenas um mero personagem ou qualquer outra coisa que não seja genuinamente ela mesma. Sem sermos o que somos, impossível irradiar amor, compaixão e humanidade para o mundo em que vivemos.

É possível, por mais absurdo que possa parecer, encontrarmos significado nos sofrimentos vivenciados em meio as situações mais árduas da vida; e também é perfeitamente possível nos sentirmos vazios em ambientes permeados pelo hedonismo desenfreado. Na verdade, nem sempre a felicidade é conquistada pelo imediatismo; e nem sempre manter uma aparência de ser humano feliz é sinônimo de que alcançamos a plena realização da vida.

Os semblantes nem sempre revelam a verdade no que dizem exprimir; mas aqueles que vivem de sinceridade, mesmo demonstrando tristeza, são bem-aventurados porquanto fazem questão de trilhar um caminho de transparência. Conhecemos um ser humano quando, de maneira esforçada, estamos abertos para a convivência; e também podemos conhece-lo quando buscamos partilhar nossas experiências, ao mesmo tempo em que permitimos que o mesmo revele suas vivências; do contrário, só conheceremos simulacros ou sombras de um ente e não a verdade mais profunda de seu ser.

Percebo que muitas pessoas preferem viver sem qualquer responsabilidade pelas suas vidas e pela vida de seus semelhantes; é comum encontrarmos seres humanos que fazem do egoísmo e do culto ao ''ego'' a filosofia suprema de suas vidas, sem qualquer respeito pela vida de outrem enquanto mantêm uma postura egocêntrica e soberba. As consequências desse modo de pensar não poderia ser mais desastroso: um mundo de pessoas indiferentes com a dor alheia; e também de pessoas apáticas e sem qualquer felicidade singela quando têm a oportunidade de viver uma amizade ou um amor verdadeiro ao lado de outro ser humano.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 29/01/2017
Reeditado em 17/03/2017
Código do texto: T5896496
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