DEVAGAR...

Sou “devagar” para aprender certas lições de vida. Assumo, numa boa!

Envergonhar-me de minhas limitações humanas? É ruim!

Não sou o que se poderia chamar de alguém inteligente, mas sou persistente... talvez obstinada!

É bem verdade que no inicio das provas sempre reluto em sorver o liquido amargo que distorce minha Alma Imortal.

A dor é quase insuportável para um ser da minha estirpe... a sensação é de que mãos poderosíssimas e impiedosas desmancham minha forma e me dão novas e diferentes formas, várias e várias vezes... até perceber que cheguei na “aparência” adequada ao “degrau” que consegui subir (ou descer).

Reluto em sorver o líquido da segunda taça, mas quase sempre é dela que bebo primeiro, senão nunca estaria apta a entender o sabor da primeira. E esse entendimento eu o tenho. E apesar de pagar um preço que nem sempre estou disposta, entendo como O Grande Espírito Mãe/Pai criou...

“O HOMEM E A ALMA

E o Deus dos deuses separou de si mesmo uma alma e a dotou de beleza. E deu-lhe a suavidade da brisa matinal e o perfume das flores do campo e a doçura do luar. E entregou-lhe a taça da alegria, dizendo-lhe:

_______ Só poderás beber desta taça se esqueceres o passado e não te preocupares com o futuro!

E entregou-lhe a taça da tristeza, dizendo:

_______ Bebe dela, e compreenderás a essência da alegria da vida!

E soprou nela um amor que a abandonaria ao primeiro suspiro de saciedade, e uma meiguice que a abandonaria à primeira manifestação de orgulho.

E fez descer sobre ela, do céu, um instinto que lhe revelaria os caminhos da verdade.

E depositou nas suas profundezas uma visão que vê, o que não se vê.

E criou nela sentimentos que deslizam com as sombras e caminham com os fantasmas.

E vestiu-a de um vestido de paixão que os anjos teceram com as ondulações do arco-íris.

E colocou nela as trevas da dúvida, que são as sombras da luz.

E tomou fogo da forja do ódio, e ventos do deserto da ignorância, e areia do mar do egoísmo, e terra pisada pelos pés dos séculos e amassou todos esses elementos e fez o homem.

E deu-lhe uma força cega que se inflama nas horas de loucura e desvanece diante das tentações. Depois, depositou nele a vida, que é o reflexo da morte.

E sorriu o Deus dos deuses, e chorou, e sentiu um amor incomensurável e infinito e uniu o homem e a alma.” (Gibran Khalil Gibran)

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PS: Amém p/vc Gibran... e para todos os que, piedosos, humanitários, solidários, pensam minhas feridas... e são meus Simão Sirineu... com suas palavras, seus gestos e por que não, com seu silêncio? Eis que ainda engatinho rumo a LUZ!!!

Adda nari Sussuarana
Enviado por Adda nari Sussuarana em 18/01/2017
Reeditado em 01/02/2017
Código do texto: T5885302
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