Inquietude...
      
     E em minha essência busquei mares, busquei vales, busquei as horas que se esvaiam, dando fluidez à minha vida... E nos encontros e desencontros que se sucederam, cheguei a uma encruzilhada. E foi lá que encontrei o velho.

     - E agora? Que caminho seguir? Pra onde vou? Não sei o que fazer...

     O velho, olhando-me com carinho, apenas alisava a longa barba branca em silêncio, talvez buscando uma resposta para a minha inquietude. Na realidade, eu não estava esperando uma resposta, pois meus questionamentos a Deus nunca tiveram resposta. Apenas o silêncio angustiante...

     - Sabe! Parei nesta encruzilhada há mais de vinte anos e, por não saber pra onde ir, sentei-me aqui e fiquei esperando! - Disse o velho, quebrando o silêncio.

     Olhei-o com pena e resolvi decidir! Não queria uma vida assim, parado numa encruzilhada, sem saber o que fazer. Escolhi um dos caminhos e parti!

     Anos depois, percebi: o velho estava exatamente onde deveria estar. Seu exemplo foi meu impulso, e sua missão era ajudar-me a decidir!

     E nos encontros e desencontros da vida, mais um final de tarde resplandecia em minha alma. Olhos atentos me seguiam em silêncio, e a inquietude do meu ser apenas crescia...