Ninho

Sensibilidade, porque habita em mim?

Com tantos ninhos por ai, escolheu fazer morada logo aqui?

Nem asas tenho e mal diferencio o abismo do céu

Tantos riscos moram em mim...

Risco de inundação com meu choro...

Risco de incêndio com minhas paixões...

Porque nunca soube ser comedido, ainda que lide com medidas!

Nunca encontrei os meus limites, talvez mal tenha me encontrado...

E quando vejo, encontro você..

Ai parada, recolhida, esperando que eu cuide de você

Quando na verdade, precisava também de cuidados

Talvez sejamos parecidos, Sensibilidade

E tenha se aproximado de mim por ser o seu espelho

Um espelho desfragmentado em mosaicos e inúmeros reflexos

Mas ainda assim à sua imagem e semelhança

Tudo bem, pode ficar!

Talvez aprendamos juntos a viver ou viver juntos

Aceitando o melhor e pior que há um no outro

Só me avise, se um dia desejar partir...

Para que antes disso, eu me parta também!