Eu não valho o que produzo eu valho o que sou

Temos uma vantagem, além do vasto conhecimento que adquirimos depois da prensa de Gutemberg e durante as revoluções industriais. Somos massificadores de informações desnecessárias ( para alguns, ou a grande maioria). Simples assim. Puro e sem gelo. Desce pela garganta que nem vidro moído...

Temos ao nosso dispor, todas as obras, de todos os filósofos e pensadores que se possa imaginar, catalogados, devidamente organizados e com o mais amplo leque de informações sobre a obra e o "obrador" ao nosso dispor também.

Queres saber o como era a casa que Plutarco morava enquanto escrevia suas obras? Podes saber se quiseres.De graça. Queres saber qual as partes do mundo que ainda crescem Cicuta, tão boas ou melhores do que as que Sócrates tomou?Podes saber tão rápido quanto a primeira. Ou quem sabe querer saber quem Newton gostava de criticar quando chegava atrasado no trabalho. sim, ele fazia isso. Basta um click.

Longe de ser uma duvida exclusiva de nossos dias, apenas, pouco evidente no passado,a diferenciação entre informação e conhecimento permanece para muitos. E isso é serio. Informação é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados, de tal forma que represente uma modificação (quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema (pessoa, animal ou máquina) que a recebe, já conhecimento (do latim cognoscere, "ato de conhecer") é o ato ou efeito de conhecer. Como por exemplo: conhecimento das leis; conhecimento de um fato; conhecimento de um documento; termo de recibo ou nota em que se declara o aceite de um produto ou serviço; saber, instrução ou cabedal científico (homem com grande conhecimento); informação ou noção adquiridas pelo estudo ou pela experiência; consciência de si mesmo.

No conhecimento temos dois elementos básicos: o sujeito (cognoscente) e o objeto (cognoscível), o cognoscente é o indivíduo capaz de adquirir conhecimento ou o indivíduo que possui a capacidade de conhecer. O cognoscível é o que se pode conhecer.

Le Coadic, pesquisador da área da Ciência da Informação, destaca que o valor da informação varia conforme o indivíduo, as necessidades e o contexto em que é produzida e compartilhada. Uma informação pode ser altamente relevante para um indivíduo e a mesma informação pode não ter significado nenhum para outro indivíduo.

Os antigos mestres e filósofos, sempre acreditaram que, para fazer o bem só seria necessário conhece-lo. Hoje, todos podem conhecer o bem, mas não querem. Várias frases e livros, resumos e resenhas , filmes inspiradores e músicas também. Mas nada disso tem melhorado o homem, apenas o tem deixado em banho Maria, tentando preencher o tempo;pouco tempo, que lhe resta. Cuidado para apenas não ter Informações de si próprio. É necessário se conhecer.

Vejamos o dia-a-dia de um homem normal, o homem pobre, ou o pobre homem.

Acordar já sabendo dados do dia como , a chuva que pode cair, cotações de bolsa de valores, mesmo sem ter ações ou valor algum lá;

Pesquisa sobre o mundo pelo site da Exame.com e pela Globo.com.

Mau sai da cama e já está sabendo de dezenas de fatos que não farão diferença algum,a em sua vida.

Mas ele se levantou agora.

Ao chegar na sala liga a televisão e observa alguma noticia no jornal.Lógico, bem alto , para que possa ouvir do banheiro.

Ao sair de casa coloca os fones de ouvido e escuta tudo e todos em quanto poluí a mente com mensagens instantâneas de redes social ou vídeos fotos e musica e áudio. Pensam por ele, e ele acha que pensa.

Chega no trabalho e se prende naquilo. Passa o dia fazendo o que faz com os olhos grudados em uma rede social qualquer se comunicando. Tentando aparecer a outro e a ele ser notado. alguns gostam de notar alguns e aqueles que não querem notar desprezam para que assim se sintam poderosos. buscam gloria ao invés de amizade. qual a diferença?

termina o dia e a cabeça pesada, tal qual como droga que é viciada, chora pedindo mais.

Chega na sala, deita no sofá e liga tudo o que tem.

Computador, celulares, tablets, televisão, vídeo games...

são tantas coisas que, usar todas parece ser impossível usa-las todas. Mas com isso se julga ser superior e quem não faz isso se julga superior por não fazer.

Mas preste atenção, não se trata de superioridade é justamente o contrário. se trata de simplesmente viver de uma maneira que se possa ser feliz de verdade sem ser alienado. E assim o dia do cidadão acaba, da mesma maneira como começou: sem pensar de maneira mais saudável, sem criticar pensando por si. Produzir, pensa ele.Mas produzir pra que? para o progresso? progresso de quem? próprio?

O indivíduo do séc 21 vive num calabouço, de onde pensa que sai toda vez que consome ou produz.

Toro, educador colombiano, exemplifica bem essa situação ao determinar seus códigos da modernidade, o que sabemos é que as coisas são realmente assim. Não há como não sonhar com uma utopia. As pessoas valem pelo que produzem. E gostam disso. Tivemos revoluções de Raças, de Povos, doenças, guerras... porém parece que agora a nossa revolução é a do valor, ou da produção. do valor do homem sobre contrastando com seu trabalho e ideias e valores. Eu não valho o que produzo eu valho o que sou.

Rafael Noles Delacroix
Enviado por Rafael Noles Delacroix em 28/12/2016
Código do texto: T5865745
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