A caminhada

Lou seguiu caminhando sozinho pela estrada escura, com destino ao bar Moulin de la Galette. Era uma noite de sábado chuvosa, que parecia ser a noite mais longa de sua vida, uma noite de mil anos. Caminhava com passos lentos, cambaleando, embora estivesse ainda sóbrio. Mãos dentro do cassaco, olhando para o chão, seguia... Queria um lugar para se esconder, e esquecer de que teria de voltar para casa. Queria esquecer que tinha uma vida, esta que não fazia mais sentido como antes. Queria simplesmente sumir na estrada sem fim. Acendeu o cigarro, soprou a fumaça cinzenta, assim como sua vida no momento. Ele estava perdido, o tempo não significava mais nada, nem as regras, nem as condições da ordem imposta há tempos na sociedade. Essa noite, Lou estava, sobretudo, nascendo novamente.

Tahutihator Frigus
Enviado por Tahutihator Frigus em 15/12/2016
Reeditado em 15/12/2016
Código do texto: T5853655
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