Mundo de faz de conta

Vida de gente grande,

Terra de ninguém,

Mundo de faz de conta;

Encena, com sorriso,

Mais que fingido;

Pegou a rosa,

Sem tirar o espinho,

Com os olhos,

que ninguém vê.

Nau desgovernada pelo mar

Sonhos que ficam,

Piratas com apenas um olho

Pra chorar.

As noites, são meros precipícios

E repartidos,

os amores bailam pela gafieira,

Como perfume das flores,

E tristes notas musicais.

Eu, feito as mulheres de Jobim,

As de Atenas, ou de Pequim,

Feito as de Ana: "Rosas" ou "Beatriz"

Toco, o meu violão

Entre as coxas,

Nesse palco de verniz.

Há pela vida,outras moças.

E o poeta com seu poema cinzento,

E as mãos marcadas,

Feito a pele tatuada da amante,

E o cheiro de uma meretriz.

Escreve a dor e finge, que é feliz.

E da tristeza tira a arte,

Feito um mambembe iniciante,

No fim da noite, madrugada,

Como se fosse para este,

Apenas um grito, para dentro da alma,

De tarde, mais nada!

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 04/10/2014
Reeditado em 21/10/2014
Código do texto: T4986993
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