Ensaio #011: UMA QUESTÃO DE IDENTIDADE
 
Há dias que a gente se acha e pensa que é o máximo ou que já chegou aos píncaros da glória. Talvez até pense que chegou ao limite e que não há mais o que fazer. Daí, vem alguém e, de um modo simples e inusitado, quebra esse paradigma e mostra que limite está mesmo em nossa garra e imaginação e vontade de vencer e nunca desistir.

Há outros em que a gente se sente noutro extremo, incapaz de tudo, como se nada daquilo tivesse algum dia acontecido conosco. Um paradoxo total. Isso é um pouco e um muito de mim. É certo que a gente chega ao ponto de querer desistir, mas a mínima possibilidade de dar certo, dá o estímulo necessário para continuar tentando e se superando e indo em frente e mais alto.

Em toda a minha jornada, tenho encontrado pessoas muito talentosas,de
 incrível potencial. Infelizmente, são inseguras e ficam dependendo de um estímulo externo para produzir os mais belos textos e poesias que encantam a todos que as leem. É incrível, mas é assim mesmo. Um dia também já fui assim, muito inseguro. Foi preciso uma personagem minha me ensinar que eu sou capaz de me superar.

_ "Como é que é? O homem pirou de vez?"

Não! Falo de mim mesmo e de minha personagem “
João Ninguém”* ou “Don Nadie”**, na versão em espanhol. Era um desenho que eu criara ao dezessete anos e com uma tiragem de apenas vinte edições, sendo cada edição de um único exemplar (eu as editava em meu caderno de desenho).

E de lá do pútrido fundo poço da castradora timidez, fui resgatado por Jesus e minha vida deu uma guinada de 180º. Graças ao Senhor, sou nova criatura. De caladão, sisudo, acabrunhado, talvez só a lembrança de que um dia assim fui. Não atirado, calado
, não dono da situação. Gosto muito de medir onde estou pisando. Não gosto de vexame. Mas quem gosta? Não sou dono da verdade, mas gosto de saber de tudo um pouco e um todo de tudo. Pelo menos me deixa inteirado e um assunto vai puxando um outro.

Mas essa crise de identidade tem um fim. Faz-se necessário sabermos quem somos e qual nossa função neste mundo. O que fazemos aqui? Será que temos feito o que nos compete ou temos sido meros estafermos? Precisamos encontrar a nossa identidade no Reino de Cristo e procurar agir conforme o Senhor nos tem chamado e capacitado. Só não podemos ficar de braços cruzados.


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(*)  CRÔNICA #039 - JOÃO NINGUÉM - MEU SACO DE PANCADA

(**) Crônica #105: LAS ADVENTURAS DE DON NADIE
Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 28/07/2012
Reeditado em 25/04/2017
Código do texto: T3802056
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